sábado, outubro 02, 2021

Com o relatório final praticamente pronto, a CPI da Covid caminha para sessão final no dia 20


CPI ignora possível conflito de interesses entre Renan Calheiros e empresa investigada

Relatório de Renan deve indiciar Bolsonaro por prevaricação

Eliane Cantanhêde
Estadão

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid (CPI) já tem data para o fim: 20 de outubro, quando os senadores pretendem votar o relatório de conclusão dos trabalhos do senador Renan Calheiros (MDB-AL). É certo que a comissão encerrará seu inquérito com muitas vitórias, algumas até surpreendentes.

Entre as conquistas dos senadores que integram a CPI, destacam-se o cancelamento do contrato com a Precisa Medicamentos para compra da vacina indiana Covaxin; o afastamento do executivo Roberto Ferreira Dias da diretoria de Logística do Ministério da Saúde; e a abertura de novas frentes de investigação contra a Prevent Senior, incluindo uma CPI na Câmara Municipal paulistana.

GRANDE MOMENTO – Da sessão realizada na última quinta-feira, dia 30, destaca-se a “manifestação indignada” do senador Fabiano Contarato (Rede-SP) contra postagem homofóbica do empresário Otávio Fakhoury nas redes sociais. O parlamentar exigiu um pedido de desculpas e cobrou uma investigação sobre o caso. Sem dúvida, a enérgica intervenção do senador foi um grande momento de “emoção” e “densidade”.

Muito importante também o debochado depoimento de outro empresário bolsonarista, Luciano Hang, que junto com Fakhoury é suspeito de financiar a disseminação de fake news. A dupla é apontada também como propagadora do chamado “kit covid”, “comprovadamente ineficaz e até perigoso” no tratamento de pacientes com coronavírus.

NA RETA FINAL – O relatório final a ser votado dia 20 já está praticamente concluído, estando na fase de revisão e acréscimos finais. Segundo já adiantaram o relator Renan Calheiros e o presidente Omar Aziz.

O presidente Jair Bolsonaro deve ser indiciado por prevaricação, por não mandado abrir investigação formal sobre as irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. E o empresário Luciano Hagan também deverá ser incriminado, de acordo com afirmações do relator.