Pedro do Coutto
Na minha opinião, não há dúvida de que quanto maior for o número de candidatos às eleições presidenciais de 2022, menor será possibilidade de surgir uma terceira opção capaz de se opor tanto a Lula da Silva quanto a Jair Bolsonaro, pois não haverá disponibilidade suficiente de votos para que essa terceira via alcance uma escala capaz de romper o equilíbrio entre as forças predominantes no quadro político.
Essa visão tornou-se mais nítida quando assisti na noite de domingo, na GloboNews, o debate entre Ciro Gomes, Henrique Mandetta e Alessandro Vieira, este último do Cidadania do Sergipe. Ciro Gomes é o candidato do PDT, apoiado pela velha guarda brizolista. Henrique Mandetta é o ex-ministro da Saúde que foi afastado do cargo, segundo a versão que circulou, por estar aparecendo demais na televisão e nos jornais. Argumento absurdo e principalmente falso. Mandetta, vemos hoje, foi afastado por outros motivos, entre os quais o que envolveu a tentativa de compra de vacinas. Essa tentativa incluiu uma surpreendente intermediação preenchida pela empresa Precisa que de forma imprecisa apresentou o projeto que previa até uma parcela antecipada de pagamento.
CPI DO SENADO – Esse projeto foi derrubado, sem dúvida, pela CPI do Senado Federal. Foi uma decisão importante, uma vez que se houvesse ocorrido o contrário os prejuízos do país seriam enormes no campo financeiro, significando também a morte de mais de 100 mil pessoas,além daqueles cujas vidas teriam sido preservadas se o governo Bolsonaro tivesse adquirido a quantidade de vacinas, tanto da Coronavac, quanto as da Pfizer e da Astrazeneca, produtoras que colocaram as suas vendas à disposição do nosso país.
Afastado Mandetta, Nelson Tech não resistiu três semanas, Eduardo Pazuello foi afastado do cargo e agora Marcelo Queiroga, que vem de ações negativas seguidas, procura mostrar o seu apoio ao bolsonarismo para permanecer no cargo. Ainda falta uma semana para ele completar a sua quarentena em Nova York. Mas, a questão da Saúde é um aspecto que acrescenta uma parcela adicional de desgaste ao presidente Bolsonaro na campanha em que busca a reeleição no próximo ano.
O ACERTO DAS PESQUISAS – As pesquisas dos dias finais da campanha na Alemanha pelas eleições legislativas que vão ter como desfecho a escolha do primeiro-ministro que após 16 anos sucederá Angela Merkel no comando do governo. A centro-esquerda, revela reportagem de página inteira no O Globo, alcançou 25,7% dos votos contra 24,1% da União Democrata-Cristã, e em terceiro lugar ficaram os Verdes com 14,8%.
A extrema-direita alemã cuja imagem remete ao sinistro nazismo ficou com 10,3%. Mas falei no êxito das pesquisas. As que foram publicadas no sábado apontavam para uma vitória do Partido Social Democrata por 25 a 22. Apontou 16 pontos para os Verdes. Assinalaram 11% para a extrema-direita e ela saiu das urnas com 10,3 %, fração de uma era que a história universal ainda não conseguiu sepultar totalmente. Mas a extrema-direita existe. Felizmente a democracia predomina.