Lauro Jardim
O Globo
Davi Alcolumbre, presidente da Comissão de Justiça, Constituição e Cidadania do Senado, é incansável em sua vontade de barrar a ida de André Mendonça para a Supremo Tribunal Federal. Tem mostrado a vários senadores um dossiê contra o candidato de Jair Bolsonaro à vaga de Marco Aurélio de Mello.
Nele, constam detalhes de uma importante reunião que Mendonça teria tido com o hoje desaparecido procurador Deltan Dallagnol, na qual o ainda chefe da AGU teria prometido apoiar postulados que eram bandeiras da Força-Tarefa da Lava-Jato.
COM BOLSONARO – Na tentativa de destravar a sabatina de André Mendonça no Senado, Jair Bolsonaro teve um encontro fora de agenda com Davi Alcolumbre na semana passada.
A reunião, intermediada por Flávio Bolsonaro, aconteceu depois que um grupo de líderes evangélicos foi ao gabinete presidencial pressionar Bolsonaro em favor do “terrivelmente evangélico” Mendonça.
Os pastores haviam pedido a Bolsonaro que entrasse em campo com mais força para que Alcolumbre tirasse da gaveta a indicação de Mendonça ao STF e marcasse de uma vez por todas a sabatina. Presidente da CCJ, cabe a Alcolumbre marcar a data.
FALTAM VOTOS – No encontro com Bolsonaro, Alcolumbre disse que Mendonça não teria votos no plenário do Senado para ser aprovado ao Supremo.
O presidente Bolsonaro, segundo relatos de um interlocutor, disse que sabia disso, mas que tinha um compromisso com os evangélicos e não retiraria a indicação de Mendonça.
Alcolumbre trabalha pelo nome de Augusto Aras para a vaga aberta no STF, por ser terrivelmente contra a Lava Jato.