Publicado em 4 de agosto de 2021 por Tribuna da Internet
Vicente Limongi Netto
O retorno dos trabalhos da CPI da Covid indica que o presidente Bolsonaro continuará sendo mais crivado de flechadas do que São Sebastião. O governo e o mito de barro não terão sossego. Perderão o couro. Colherão o rosário de omissões e trapalhadas que em má hora plantaram na demora das compras de vacinas, que poderiam ter salvo milhares de vidas.
Além disso, não brecaram articulações nada republicanas envolvendo intermediário em novas compras do imunizante.
SEM IMPORTÂNCIA – É indiferente, pouco ou quase nada significativo, que o senador Flávio Bolsonaro passe a ser suplente da comissão e o senador Luiz Carlos Heinze, tagarela e defensor da cloroquina, seja promovido a membro titular, na vaga de Ciro Nogueira.
Nessa linha, em matéria de Jorge Vasconcelos (Correio Braziliense de 01/08), o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), foi implacável e direto: “Bolsonaro sabia dos crimes”, salientou.
Omar Aziz é duro também com a Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. “Entrarei na justiça para perguntar a ela quem são os cinco senadores com quem ela combinou perguntas a serem feitas na CPI. Vai ter que responder. Esse joguinho, brincar com a vida de pessoas, é muito pesado”, destacou Omar.
A CPI E A IMPRENSA – Democrática e vigilante, a imprensa é termômetro dos governantes que prezam boas condutas em benefício do bem comum. Ela não pode ser confundida, usada nem comparada com feitos antirepublicanos. Nesse sentido, a imprensa caminha parceira da CPI da Covid, em busca da verdade.
Revelando que pretende investigar veículos de comunicação que porventura apoiem Bolsonaro, o comando da CPI perde o foco dos trabalhos, além de correr o risco de cair no descrédito público.
Assim, a CPI arrisca-se a jogar fora a credibilidade e o respeito, conquistados, até então, com trabalho isento e apartidário. E o mais grave, municia os governistas.
PERDERAM– Recordo o que cobrei em artigo anterior: vamos esperar quantos dias durará a presença nefasta de deslumbrados e paladinos de araque interventores na Confederação Brasileira de Futebol. Resposta: a presença indébita dos interventores não durou nem uma semana.
A dupla de dirigentes isentos de meia pataca foi cantar em outro terreiro. Por decisão de instância superior, ficou claro que, por se tratar de entidade privada, os assuntos internos da CBF devem ser resolvidos e tratados dentro da própria corporação máxima do futebol brasileiro. O que já vem sendo feito, para desapontamento do time que costuma jogar e torcer pelo quanto pior, melhor.