sábado, julho 31, 2021

Má notícia’ para Bolsonaro: a CPI da Covid retoma os trabalhos na terça-feira, com agenda intensa


Intermediário da Covaxin leva vida de luxo.

CPI vai desmascarar os atravessadores da vacina Covaxin

Eliane Cantanhêde
Estadão

Após duas semanas de recesso, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid retorna presencialmente aos trabalhos na próxima terça-feira, 3. Essa é uma má notícia para o presidente Jair Bolsonaro, que depois de aproveitar muito bem a pausa da comissão, volta a ser pressionado pelas investigações.

A CPI vem quente, e muito em cima da Covaxin, que já foi suspensa, cancelada definitivamente pelo governo federal, pela Anvisa, por causa daquelas coisas que a gente viu: documentos fraudulentos, preços muito altos, empresas em paraísos fiscais, todo um pacote de coisas muito mal explicadas.

NOVOS DEPOIMENTOS – O cronograma para a volta do recesso foi definido pela cúpula da CPI e prevê a oitiva do reverendo Amilton Gomes de Paula, na terça-feira. Ele é apontado por representantes da Davati Medical Supply como um “intermediador” entre o governo federal e empresas que ofertavam vacinas.

O religioso, que é presidente da ONG Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), recebeu em fevereiro autorização do Ministério da Saúde para negociar 400 milhões de doses de vacinas contra a covid-19.

Já na quarta-feira, 4, a expectativa       era ouvir o sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, responsável por negociar a vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech. A defesa de Maximiano acionou o Supremo Tribunal Federal para pedir que o empresário seja autorizado a faltar ao depoimento na CPI. Segundo os advogados, o empresário viajou para a Índia,

FUGINDO DA CPI – Na verdade, Maximiano vem fugindo da CPI” como o diabo foge da cruz.  É aquele empresário que o senador Flávio Bolsonaro diz conhecer pouco, mas o levou a uma audiência com o presidente do BNDES.

Apesar da incerteza sobre a presença do empresário, ele vai ter de voltar para depor, porque o Francisco Maximiano é um pivô dessa história toda, que não apenas deixa ele e a empresa dele numa situação difícil, mas que mexe muito com o Ministério da Saúde e até com o Palácio do Planalto no quesito corrupção.