Publicado em 27 de junho de 2021 por Tribuna da Internet
Antonio Carlos Rocha
Nos anos 1970 aprendi a admirar o então preso político Nelson Mandela. Inicialmente ele foi condenado à morte, pelo então regime do apartheid. Mas a grita internacional era tão forte que transformaram a sua pena em prisão perpétua. E Mandela ficou 27 anos preso.
Nesse período ele aprendeu e muito estudou, transformando-se em um líder pacifista. Cada trecho ou declaração de Madiba, como os sul-africanos o chamam na intimidade, era um sinal que estamos diante de uma alma muito evoluída. E eu escrevo no presente porque Nelson Mandela é um eterno exemplo de vida e sua imagem ainda vai permanecer para sempre, como um sol, iluminando quem luta pela paz.
COM O DALAI LAMA – Na foto, as mãos juntas do líder mundial Nelson Mandela e o Dalai Lama, com os dedos entrelaçados, demonstram profunda amizade, respeito mútuo de ambas as partes. Notem a alegria do Lama a receber o pacifista.
O texto a seguir circula nas redes sociais, é um exemplo de perdão. Se refletirmos bem em suas palavras, varemos que um Estado, uma Nação, deve ser construída sem ódios e rancores.
Que a luz de Mandela inspire os políticos brasileiros e todos os eleitores para que possamos fazer um País mais humano e mais justo socialmente.
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O ENCONTRO COM MEU ALGOZ
Nelson Mandela
Depois de me tornar presidente, pedi à minha escolta para almoçar num restaurante. Nos sentamos e cada um pediu o que quis.
Na mesa da frente, estava um homem esperando ser atendido. Quando foi servido, eu disse a um dos meus soldados: vá pedir a esse senhor que se junte a nós. O soldado foi e lhe transmitiu meu convite. O homem levantou-se, pegou o seu prato e sentou-se bem ao meu lado.
Enquanto comia as suas mãos tremiam constantemente e não levantava a cabeça de sua comida. Quando terminamos, despediu-se de mim sem apenas olhar para mim, apertei-lhe a mão e ele foi embora.
PARECIA DOENTE… – O soldado comentou: “Madiba, aquele homem devia estar muito doente, pois as mãos dele não paravam de tremer enquanto comia.
“Não, de jeito nenhum!”, respondi. “A razão do seu tremor é outra. Aquele homem era o guardião da prisão onde eu estava. Depois que ele me torturava, eu gritava e chorava pedindo um pouco de água e ele vinha e me humilhava, ria de mim e ao invés de me dar água, urinava na minha cabeça. Ele não está doente, estava era assustado esperando que eu, agora presidente da África do Sul, o mandasse prender e lhe fizesse o mesmo que ele me fez. Mas eu não sou assim, essa conduta não faz parte do meu caráter, nem da minha ética”. E prosseguiu:
′′As mentes que procuram vingança destroem os estados, enquanto as que buscam a reconciliação constroem nações. Ao sair pela porta para a minha liberdade, soube que, se não deixasse la dentro toda a ódio, a raiva e o ressentimento, continuaria sendo prisioneiro.”