Publicado em 25 de maio de 2021 por Tribuna da Internet
Pedro do Coutto
Em uma entrevista à Alexa Salomão e Bernardo Caram, Folha de São Paulo, o ministro Paulo Guedes disse que o governo estava jogando na defensiva, mas que agora, com vistas à eleição de 2022, partirá para o ataque, inclusive colocando em foco a sua agenda liberal que foi escolhida por circunstâncias políticas, como o acordo com o Congresso.
Paulo Guedes sustenta que não tem faltado dinheiro para o Brasil comprar vacinas destinadas ao combate contra a Covid-19. Guedes anuncia medidas que buscam melhorar desde já o ambiente eleitoral que se aproxima. Disse que o pacote de propostas que incluem a criação de um fundo social alimentado por recursos de privatizações será uma peça importante para a campanha.
RECURSOS – O ministro da Economia disse que o presidente da República não quer tirar recursos dos pobres para dar aos paupérrimos. “Vamos devolver as estatais ao povo brasileiro”, diz.
Os próximos meses, prosseguiu Paulo Guedes, serão de testes também para o governo não cair no discurso sem consequência concreta. Admitiu que a agenda liberal encolheu por circunstâncias políticas até agora. Inclusive porque os liberais sempre foram inábeis politicamente falando e nunca o Brasil teve um governo autenticamente liberal. No entanto, o presidente lhe garantiu que não cederá às pressões, sobretudo para desmembrar o Ministério da Economia.
Como se sabe, Paulo Guedes acumula as pastas da Fazenda, do Planejamento, da Previdência e do Trabalho. O ministro disse também que o panorama está cheio de pessoas querendo cargos que seriam decorrentes do desmembramento. Acentuou que não faltaram recursos, como não faltaram, na sua visão, para campanha de vacinação do país e para o auxílio de emergência.
CENÁRIO – Perguntado pela reportagem qual o cenário que a equipe econômica traça para este ano, Paulo Guedes disse que a democracia brasileira vai surpreender quando conseguir fazer as reformas que o Ministério da Economia traçou.
O Centrão, frisou Guedes, “acabou vindo para cá, para o nosso lado, e está assegurando sustentação parlamentar, como está no exemplo da presença de Rodrigo Pacheco no Senado e Arthur Lira na Câmara dos Deputados”. Além disso, acrescentou, “temos o Banco Central independente. No primeiro ano nos surpreendemos com a Reforma da Previdência. No segundo ano tivemos que enfrentar a pandemia, mas o Brasil vai voltar vitorioso na etapa que temos pela frente até as urnas. O governo vai se transformar num exemplo do liberalismo econômico”.
Guedes concluiu dizendo que tem gente dentro do governo que defende um ponto de vista oposto à posição liberal. “A turma que diz vamos para a reforma e na hora h não cumpre o compromisso. Mas o governo cumprirá o dele e com isso vamos para as urnas de 2022”, finalizou.