Deu no UOL
Os governadores de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), classificaram como “lamentável” e “deplorável” um tuíte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na manhã deste domingo de Páscoa no qual reproduz críticas aos gastos estaduais durante a pandemia.
Fazendo citação na legenda ao versículo João 8:32 da Bíblia, que fala sobre o conhecimento da verdade e libertação, Bolsonaro reproduziu um vídeo do apresentador Sikêra Júnior dizendo para os “governadores criarem vergonha na cara”.
NÚMEROS DA SECOM – No trecho, Sikêra Júnior mostra números divulgados pela Secom (Secretária de comunicação do Governo) sobre repasses enviados ao estado de Pernambuco e insinua que um suposto uso inadequado dos governadores contribuiu para o aumento de mortes por covid-19.
Os dados foram divulgados pela Secom em fevereiro e geraram forte resposta dos estados, que apontaram distorção. Citado nominalmente no vídeo, o governador do Pernambuco retrucou. “Difícil acreditar que em um dia como hoje, domingo de Páscoa, sejamos obrigados a nos deparar com novas atitudes lamentáveis do Presidente da República. Em lugar de disseminar fakenews, por que não assumir suas verdadeiras atribuições e fazer parte do enfrentamento à pandemia?”, escreveu Paulo Câmara.
SALVAR VIDAS – “Nossa maior missão é salvar vidas. Infelizmente, de alguém que trata a dor do outro como mimimi e o luto como fraqueza, não se pode esperar muito. Mas, movidos por espírito público e princípios humanitários, que alguns parecem desconhecer, vamos seguir na luta’, completou.
Segundo o governador, “o Brasil vai superar a pandemia, apesar de negacionismo, egoísmo, fakenews, de quem se dedica a desagregar e dividir”.
Flávio Dino, do Maranhão, seguiu a mesma linha na crítica a Bolsonaro, dizendo que o “domingo começou com proliferação de mentiras contra governadores”, o que é “deplorável”. Ele ainda fez citação a outro trecho da Bíblia. Livro do Apocalipse: “À besta foi dada uma boca para falar palavras arrogantes e blasfemas e lhe foi dada autoridade para agir durante quarenta e dois meses.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Há um velho ditado que ensina: “Quem diz o que quer acaba ouvindo o que não quer”. Mas Bolsonaro não tem limites. Comporta-se como se estivesse sempre numa mesa de botequim. (C.N.)