segunda-feira, março 29, 2021

Policias militares serão ouvidos sobre conduta em relação às equipes de reportagem


por Bruno Luiz / Leandro Aragão

Policias militares serão ouvidos sobre conduta em relação às equipes de reportagem
Foto: Alberto Maraux / SSP

A Polícia Militar da Bahia (PM-BA) abriu um procedimento interno para apurar a conduta de policias com as equipes de reportagem que estavam nos arredores do Foral da Barra cobrindo o surto do soldado da corporação no Farol da Barra. O caso aconteceu neste domingo (28). Um dos policiais efetuou disparos para cima para dispersar os profissionais da imprensa do local (assista no vídeo abaixo). Além disso, eles foram empurrados pelos agentes. De acordo com o major Cledson, os envolvidos da PM serão ouvidos.

 

"Nós temos um procedimento interno de acompanhamento constante dessa auditoria. E uma das providências, logo após a ocorrência, é justamente proceder um acompanhamento no sentido de principalmente que esse policial militar esteja com a saúde mental em condições de continuar trabalhando", afirmou. "Eles serão ouvidos e direcionados em sentido do procedimento normal administrativo nosso", completou.

 

De acordo com o comandante geral da PM, Paulo Coutinho, o Governo da Bahia contratou psicólogos para trabalharem junto aos policiais militares.

 

"Sem dúvida, a instituição se preocupa muito no processo formativo e de acompanhamento. Recentemente, inclusive, houve por determinação do governador do estado a contratação de 20 psicólogos para atendimento a nossa instituição, isso tem sido feito em todas as regionais do estado, com o objetivo de acompanhar saúde mental dessa tropa, mas como seres humanos e, como tais, suscetíveis a determinadas situações em que nós temos que, sobretudo, compreender, acolher e tentar corrigir na medida do possível", disse.

 

Durante a tarde, o soldado da PM identificado como Wesley Góes, lotado na 72ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM de Itacaré), invadiu o cercado do Farol da Barra. Fardado e armado com pistola e um fuzil calibre 5,56. Uma equipe do Bope foi acionada para o local. Após mais de quatro horas de negociação, ele acabou atirando contra os companheiros de corporação e, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), foi atingido por 10 tiros em meio a uma tentativa de neutralização. O policial foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas morreu ainda na noite deste domingo.