quarta-feira, fevereiro 24, 2021

Ameaçado de cassação, Silveira manterá pedido de desculpas ao se defender no Conselho de Ética

 Publicado em 24 de fevereiro de 2021 por Tribuna da Internet

Silveira riu até onde deu, mas cercado se sentiu arrependido

Paulo Cappelli, Natália Portinari e Bruno Góes
O Globo

Principal aliada de Daniel Silveira (PSL-RJ) na Câmara, a policial militar da reserva Major Fabiana (PSL-RJ) afirma que o correligionário manterá, no Conselho de Ética da Casa, o pedido de desculpas feito sexta-feira durante a sessão plenária que manteve sua prisão.

A mudança abrupta de postura de Silveira, que três dias antes foi ofensivo e bélico ao se referir a ministros do Supremo Tribunal Federal , chegou a ser criticada nas redes sociais e nos bastidores por políticos bolsonaristas.

“SINCERIDADE” – Para Major Fabiana, o pedido de desculpas do ex-policial foi sincero. A deputada, que tem visitado quase diariamente o colega na prisão, afirma que Silveira manterá o mesmo discurso ao se pronunciar no processo que foi aberto nesta terça-feira, dia 23, pelo Conselho de Ética.

“Daniel não é de Marte. Ele tem a mesma pele e sangue que todos nós. O vídeo foi uma atitude de momento, algo passional. Ele tem conversado bastante com a família e reconheceu (que errou). Tem refletido. Conheço o Daniel como poucas pessoas conhecem e posso dizer que é uma pessoa inteligente e sensível que, com certeza, não é aquela do vídeo. Uma das principais características do Daniel, principalmente após esse episódio, é a empatia”, disse Major Fabiana.

A parlamentar tem atuado para convencer integrantes do Conselho de Ética a defenderem uma punição mais branda a Daniel Silveira, que não seja a cassação. O Globo revelou que Silveira recebeu na semana passada, de interlocutores da cúpula da Câmara, uma proposta de autoafastamento e suspensão que duraria cerca de seis meses. O deputado, contudo, mostrou-se resistente na ocasião.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – 
Irônica a empatia de Silveira, descrita pela Major Fabiana, como se o vídeo fosse um caso isolado no currículo do deputado. Pelo contrário, ele foi eleito justamente por um episódio que retrata a violência com a qual conduz as suas ações, a quebra da placa com o nome de Marielle, assassinada no Rio de Janeiro. Além disso, que arrependimento foi esse do nobre deputado que, logo em seguida, atacou uma perita no IML, desrespeitando a profissional, valendo-se de seu cargo? Que peso na consciência tem Silveira que prometeu, mesmo preso, mostrar a todos “quem é o STF?”, e até agora nada? Um fanfarrão que ladrou, mas afinou ao ser encurralado. (Marcelo Copelli)