domingo, janeiro 03, 2021

Enfim, começam a perceber que Bolsonaro e Guedes já se tornaram um caso perdido


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Charge do Zé Dassilva (arquivo Google)

Roberto Nascimento

Finalmente, começa a tomar corpo entre as pessoas mais capacitadas a consciência de que o ministro Paulo Guedes é um caso perdido. Está se formando consenso de que Guedes e seu chefe Bolsonaro não estão nem aí para os pobres, para o Brasil, para os outros. Eles apenas cumprem a agenda liberal de quem os colocou lá em cima, no Planalto e no Ministério.

Os fatos ocorridos nesses dois anos, que se tornaram até enfadonhos e tristes de se repetirem, atestam a máxima Kantiana do imperativo categórico. Estamos em momento confuso e obscuro. Para sair dessa armadilha do destino é que fazemos essa crítica, na esperança de que todos possam refletir e colaborar para que possamos pensar e achar juntos uma saída.

NOVAS PRIVATIZAÇÕES – Já se sabe que o desmonte das empresas públicas e das estatais virá com gana avassaladora nos dois anos restantes do governo Bolsonaro, com Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal no radar de Paulo Guedes, aquele ministro que iria salvar a economia brasileira, lembram?

Matéria de capa do jornal O Globo, neste domingo, descreve a visão de 14 presidentes e executivos de grandes empresas. A nata do empresariado diz que a retomada da economia só ocorrerá após a vacinação em massa, com medidas para sanar o déficit público com reformas e privatizações.

A TÁTICA DE SEMPRE – Os barões da indústria, do comércio, dos bancos e do agronegócio, quando falam em reformas, querem se referir especificamente à Administrativa e à Tributária.

Sobre a Administrativa, o objetivo é a redução de salários dos servidores, de seus benefícios sociais, acompanhada da flexibilização para serem demitidos ao bel prazer dos chefes.

Em relação à Reforma Tributária, focam na redução de impostos das empresas, mas mantendo e até ampliando a carga dos contribuintes (leia-se: cidadão assalariado).

A PREÇOS DE BANANA – No que toca à agenda das privatizações, o objetivo principal é a venda das empresas do Estado por preços de banana, quase de graça, na bacia das almas, em leilões combinados e com financiamento do BNDES, a juros abaixo do mercado.

Se o negócio falhar, devolvem para a União e ainda pedem indenização polpuda. Um exemplo está sendo a Concessionária do Aeroporto de Viracopus (Campinas), que desistiu da concessão, quer devolver, mas exige R$ 3 bilhões de indenização do Tesouro, sob a alegação de ter realizado investimentos na infraestrutura.

LEMBRAM DA ENRON – A empresa americana Enron, que ganhou a concessão da Distribuição de Energia Elétrica de São Paulo, no governo de Fernando Henrique Cardoso, também abandonou o negócio e levou uma devolução polpuda.

Em busca do lucro fácil, eles não perdem nunca. Porém, o prejuízo somos nós que pagamos, com as tarifas altíssimas que nos cobram.

E quando essa sangria vai parar? Nunca.