quinta-feira, dezembro 03, 2020

Bolsonaro sobre vacina: “Se tiver um efeito colateral ou um problema qualquer não vão cobrar de mim”


Bolsonaro não alimenta esperança, mas estimula o pessimismo

Ingrid Soares
Correio Braziliense

O presidente Jair Bolsonaro alegou na noite desta quarta-feira, dia 2, que, caso após a aplicação das vacinas contra a covid-19 a população apresentar algum efeito colateral, não poderá cobrá-lo. A declaração foi feita a apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.

“Cada empresa tem a sua vacina. Vamos supor que numa das cláusulas da vacina que eu vou comprar a gente vai ter que ver o que eles oferecem. Vamos supor que lá no meio está escrito o seguinte: nos desobrigamos de qualquer ressarcimento, de qualquer responsabilidade com possíveis efeitos colaterais imediatos ou futuros. E daí, vocês vão tomar essa vacina? Porque, em chegando, havendo essa conclusão… porque começaram alguns países a vacinar… Eu vou mostrar todo o contrato para vocês. Quem tomar vai saber o que está tomando e daí as consequências”, declarou o presidente. 

CLÁUSULAS – O mandatário completou que divulgará futuramente as cláusulas do contrato e que aqueles que receberem o imunizante, estarão cientes dos riscos e por conta própria“Eu vou mostrar todo o contrato para vocês. Quem tomar vai saber o que está tomando e as consequências. Se tiver um problema, um efeito colateral qualquer, já sabe que não vão cobrar de mim porque eu vou ser bem claro”, concluiu.

O Ministério da Saúde informou ontem que a campanha de vacinação contra o novo coronavírus será dividida em quatro fases. Em um primeiro momento, ainda sem data definida, serão vacinados os idosos a partir dos 75 anos, pessoas com mais de 60 anos e que vivem em asilos ou instituições psiquiátricas, profissionais da saúde e indígenas.

Em um segundo momento, entram pessoas de 60 a 74 anos. A terceira fase prevê a imunização de pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença (como portadores de doenças renais crônicas e cardiovasculares). Já a quarta e última deve abranger professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Enquanto boa parte do mundo se apega à esperança de uma luz no fim do túnel diante da crise sanitária, Bolsonaro parece querer que as coisas continuem do jeito que estão. O ainda presidente invés de adotar um discurso de otimismo, reforçando ainda que de forma moderada a expectativa de êxito através de uma vacina que proteja a todos, prefere falar logo que se algo der errado a culpa não é dele. Egocêntrico e inábil, não dá uma dentro. Vai faltar panela daqui a pouco pedindo a sua saída. (Marcelo Copelli)