sexta-feira, novembro 27, 2020

Reforma mantém privilégios da elite dos três Poderes e destrói conquistas dos servidores

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Charge reproduzida do Arquivo Google

Vicente Limongi Netto

Excelente o teor da entrevista do presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da  União (Sindilegis), Petrus Elesbão (Eixo Capital- Correio Braziliense- 26/11). Sem meias palavras, firme,  isento  e esclarecedor, como todo bom líder sindical, Elesbão manifesta preocupação e repúdio com relação a proposta da Reforma Administrativa enviada pelo governo ao Congresso.

A seu ver, “sem a estabilidade do servidor, o Brasil voltará a ser um império travestido de democracia”. Em defesa de seus argumentos, Petrus salienta estudo do consultor Petrônio Portella Filho, publicado no Correio Braziliense, mostrando que, em 2018, o governo federal gastou 12% da despesa total com funcionalismo, enquanto a média mundial era 22% e a média na America Latina alcançou 23%.

VAMOS CORTAR ISSO? – “A maioria dos servidores atua em serviços essenciais, como saúde, educação e segurança. “Vamos cortar isso?”, indaga, perplexo, o presidente do Sindilegis.

Petrus enumera mais preocupações da entidade: “Não podemos aceitar a privatização do Estado; a flexibilização da estabilidade; o ingresso no serviço público sem concurso; a exclusão dos militares, juízes, parlamentares e Ministério Público”, assinala, acrescentando que não podem ser aceitos também “os superpoderes dados ao presidente, que não cabem numa democracia”.

Elesbão afirma que sua gestão à frente do Sindilegis, entre outras medidas saudáveis, “rompeu com as práticas do velho sindicalismo. Nosso trabalho se resumiu em quatro palavras: combate, gestão, transparência e modernidade”, concluiu.

NATAL DE SEMPRE – “Tem uma moeda aí, tio?”. É o clamor de crianças e adolescentes. Mãos estendidas. Vozes trêmulas.  Olhos tristes. As   caixinhas de sapatos ou latas de leite compõem o cenário humilhante e melancólico desta época do ano, em todo o Brasil.

Significam esperança de algo para comer. De um natal menos sofrido. Marcam a linha da fome e da miséria. Chegam juntas. Semáforos, estacionamentos e portas de restaurantes e lanchonetes fazem das caixinhas e latas o porto da gratidão à espera de bondosos corações.