terça-feira, novembro 24, 2020

Entre o sonho e a realidade, o fato concreto é que o Brasil voltou ao mapa mundial da fome


Fome no Brasil: de exemplo mundial à preocupação - GGN

Brasil está de volta ao mapa, agora na escala negativa

Pedro do Coutto

Mais uma vez a realidade desafia os projetos, por melhor elaborados que sejam e cujos objetivos voltam-se para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Em artigo publicado ontem em O Globo, Merval Pereira destaca um estudo da Macroplan, empresa dirigida pelo economista Cláudio Porto, que traça uma estrada para a retomada da economia brasileira. Inclusive recorre a uma bola de cristal para antever o que será o Brasil de hoje a 2030.

Na mesma edição do Globo, reportagem de Cláudia Almeida e Carolina Nalin revela que o Brasil, que havia se livrado dessa chaga, retornou ao mapa mundial da fome. Estava na escala 39 e passou à escala negativa de 62.

DADOS MUNDIAIS – Este estudo foi realizado pelo economista Marcelo Neri, diretor social da Fundação Getúlio Vargas. Os dados são do Gallup e do programa World POTI que pesquisou a situação de 145 países. Este total é a base da pesquisa, e nosso país que estava na 39ª posição passou a 62ª. A alteração ocorreu em 2019.

Na minha opinião, em 2020 terá mantida essa posição. Afinal de contas os salários permanecem congelados e os preços crescendo. Além do mais, o desemprego atinge a cifra absurda de 14 milhões de colocações perdidas.

POPULAÇÃO CRESCE – Um aspecto que não é abordado pelos economistas é o fato de que a população brasileira ainda cresce à velocidade de 1% a/a. Portanto tem que se somar o índice de desempregados ao movimento demográfico. A cada ano, mais de um milhão de jovens completam 18 anos e têm de ser incorporados à estatística do desemprego, caso tenham parado de estudar.

O panorama, portanto, não é dos melhores. Ao contrário, é dos piores, sobretudo em face do endividamento do país. Está atingindo, acentua a Macroplan, 90% do PIB. Alcança, assim, cerca de 6 trilhões de reais, pois o PIB nacional é de 6,6 trilhões de reais.