Antonio Fallavena
Recentemente, li um artigo publicado em Porto Alegre, sob o título “Moro perdeu para Lula e Bolsonaro”. Quanta bobagem, quanto despautério! O ex-juiz Sérgio Moro tem uma carreira, tem futuro, tem opções. Quem parece não ter é o Brasil. O juiz da Lava Jato pensou que Bolsonaro ia dar força à luta contra a corrupção, mas teve uma enorme decepção.
Moro começa a entender o jogo e agora tem de entrar em campo! Se calar, seus inimigos, de todos os lados, dirão que “ele não está nem ai” para o que ocorre. E se falar, dirão que Moro perdeu a disputa e tenta compensar.
SERIA UM TRAIDOR? – Fico pensando. Se Moro não tivesse aceitado o convite e assumido o Ministério da Justiça, hoje também seria chamado de traidor pelos áulicos de Bolsonaro.
Pobres ignorantes de cultura e de raciocínio. Ou serão enganadores fazendo o jogo do poder? A paixão é cega, surda, mas não muda o caráter! Sensatez, entendimento, ética e moral são virtudes e não produtos compráveis nas prateleiras de supermercados.
Também pela manhã, ouvi o seguinte comentário sobre a indicação de Kassio Nunes Marques para o Supremo: “Não podemos julgar ou pré-julgar alguém, antes dele assumir e trabalhar”. Pensei comigo: outro idiota de carteirinha e visto permanente!
27 ANOS NO STF – Ora, será que autor do comentário sabe que o indicado tem apenas 48 anos? Assim, poderá ficar no modesto cargo até os 75 anos, ou seja, 27 anos de mandato! Pensei então o que faremos se Bolsonaro emplacar o ministro e este for o que disse o grande filósofo e guru Olavo de Carvalho: “Justiça poética. A escolha que o Bolsonaro fez para sucessor do Celso de Merda é uma escolha de merda”. Concluí, então, que estamos trocando seis por meias dúzia!
Quando o povo quis tirar o PT do poder, para livrar o país de ladrões e corruptos, teve de fazer a escolha entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro. Na época, já eram conhecidas as deficiências do candidato do PSL. Mas não se sabia que o eleito iria demonstrar tantos defeitos.
TRAIÇÕES EM SÉRIE – Bolsonaro traiu amigos que o ajudaram na eleição. Traiu o advogado Gustavo Bebbiano, o general Santos Cruz, o juiz Sérgio Moro e sabe Deus quantos mais. Porém, as maiores traições foram contra a República, o País e a parcela importante da sociedade brasileira que apoiou sua eleição por estar descontente com o PT.
A Nova Política, prometida na campanha por Bolsonaro, transformou-se na maior armadilha contra uma democracia de verdade! E assim, temos vivido de estelionato em estelionato, eleição após eleição. Solução? A mesma de sempre, utilizada nas democracias.
Só o povo indo às ruas, cobrando uma constituinte exclusiva e a reforma política e do estado, fará os rumos do Brasil mudar, em direção ao futuro que os brasileiros mais lúcidos desejam.