sábado, agosto 22, 2020

Bolsonaro tem favorecido pobres e ricos, enquanto massacra a classe média


Wilson Vieira - Jornalismo e Cultura: Charge do dia - classe média...
Charge do Leandro Franco (site Charge Online)
Carlos Newton
Entre os eleitores de Jair Bolsonaro, pode-se dizer que muitos milhões votaram nele para corrigir erros da administração pública e pôr fim aos privilégios das elites dos servidores civil e militares. Essas metas estavam implícitas na campanha do Mito, mas jamais foram pretendidas depois que ele se tornou Presidente da República.
Pelo contrário, desde a primeira hora – na reforma da Previdência – ficou claro que o objetivo de Bolsonaro e de sua equipe econômica não era bem o que pensava.
FORA DO PADRÃO – A reforma da Previdência não seguiu o padrão internacional de reduzir a remuneração dos servidores de elite quando se aposentam. Pelo contrário, o governo e o Congresso jamais se preocuparam com isso, jamais tentaram extinguir os penduricalho e as vantagens.
A reforma manteve as altas aposentadorias e beneficiou especialmente aos militares, enquanto dificultava a aposentadoria de trabalhadores e servidores da classe média, reduzindo até as pensões das viúvas em caso de duplo benefício.
Depois, veio a pandemia. cerca de 10 milhões de trabalhadores tiveram o salário reduzido ou o contrato suspenso, já são quase 60 milhões de pessoas assistidas pelo auxílio emergencial, mas não houve nenhum programa eficiente para acudir os comerciantes e prestadores de serviços que tiveram de fechar as portas. Foi mais uma pancada na classe média, que compõe a maioria dos funcionários e comerciantes.
E A REFORMAS? – Depois da decepção com a Previdência, vem aí mais uma desilusão com a reforma tributária, que se tornou um disfarce para elevar os impostos.
Além de recriar a CPMF, a nova tributação do consumo vai elevar as mensalidades escolares no ano que vem, para liquidar de vez os sonhos da classe média, que acaba de ser penalizada com o aumento dos planos de saúde. Para uma inflação de 3%, foram reajustados entre 15% e 26%. Nesta sexta-feira, a Agência Nacional de Saúde suspendeu os novos reajustes, porém manteve os que já tinha sido feitos, vejam a que ponto chega a desfaçatez dessa gente. 
O pior é que todos sabem que os planos de saúde não significam um alto padrão de atendimento. Pelo contrário, os médicos ligam o taxímetro, dão as consultas em altíssima velocidade, e os pacientes que se danem.
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P.S. 1 – A experiência administrativa e econômica das nações demonstra que, para garantir maior desenvolvimento, é preciso incentivar a industrialização como meio de fortalecer a classe média, para aumentar o consumo, distribuir renda e gerar empregos. O Brasil – sabe-se lá por quê? – faz tudo ao contrário. Aqui está em marcha a desindustrialização, que parece inexorável. E o objetivo do atual governom ao que tudo indica, é o massacre da classe média.
P.S. 2 – Na quinta-feira, até Rodrigo Maia se insurgiu contra os planos de saúde, devido aos aumentos abusivos. Mas quem se interessa? O governo não está nem aí. (C.N.)