Deu no Estadão
O governo nomeou o chefe do gabinete do senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI), Marcelo Lopes da Ponte, para a presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que tem um orçamento de R$ 29,4 bilhões neste ano. A nomeação foi publicada na edição desta segunda-feira, dia 1, do Diário Oficial da União.
Ele vai substituir Karine Silva dos Santos, que ocupava o cargo desde dezembro e é alinhada ao ministro da Educação, Abraham Weintraub. A entrega do fundo a um nome indicado pelo Centrão – bloco informal da Câmara formado por Progressistas, PL, Republicanos, PTB, Solidariedade, DEM e PSD – faz parte da estratégia do presidente Jair Bolsonaro para ganhar apoio no Congresso.
BASE CONSOLIDADA – O objetivo do governo é ter uma base consolidada para aprovar projetos e, principalmente, barrar um eventual processo de impeachment. Vinculado ao Ministério da Educação, o FNDE é um dos espaços mais cobiçados por políticos. É responsável desde a contratação de livros escolares, transporte de alunos ao programa federal de financiamento estudantil.
Foi por meio do órgão que a pasta contratou uma empresa para fornecer kits escolares a estudantes que, segundo o Ministério Público, está envolvida em um esquema, revelado em março pelo Estadão, que desviou R$ 134,2 milhões de dinheiro público da saúde e da educação na Paraíba.
O governo já havia nomeado na Diretoria de Ações Educacionais do fundo um indicado ao PL, sigla do ex-deputado Valdemar da Costa Neto, condenado no mensalão. Garigham Amarante Pinto, assessor do partido na Câmara, assumiu o cargo no 18 de abril.
ENGOLIU SECO – Inicialmente, Weintraub chegou a reclamar com o presidente por retomar a prática do “toma lá, dá cá”, no qual o governo distribui cargos em troca de votos no Congresso. Mas teve que “engolir seco”. O presidente se irritou com o subordinado, inclusive o acusando de ter vazado informações sobre a negociação.
No ano passado, o órgão foi alvo de uma disputa entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro. Um indicado pelo deputado, Rodrigo Sérgio Dias, foi exonerado da presidência do fundo em dezembro.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É a velha política do toma lá dá cá que Bolsonaro jurou de pés juntos durante a campanha não compactuar. Agora, na mira de um possível impeachment, deixa a promessa na página dois e negocia cargos sem pudor algum. Dirão os seus seguidores, “mas e o Lula ?”. O Lula já foi e o combinado era para ser diferente. Mais do mesmo. (Marcelo Copelli)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É a velha política do toma lá dá cá que Bolsonaro jurou de pés juntos durante a campanha não compactuar. Agora, na mira de um possível impeachment, deixa a promessa na página dois e negocia cargos sem pudor algum. Dirão os seus seguidores, “mas e o Lula ?”. O Lula já foi e o combinado era para ser diferente. Mais do mesmo. (Marcelo Copelli)