segunda-feira, junho 01, 2020

Delirante, Bolsonaro confia que o procurador e os militares vão mantê-lo no poder


Análise | O que Bolsonaro ganha e perde na briga com governadores ...
Situação de Bolsonaro está cada vez mais complicada
Carlos Newton
Com pouquíssima cultura e capacidade intelectual, se tivesse prosseguido sua carreira no Exército, Jair Bolsonaro jamais chegaria a general. Seu raciocínio é sempre primário e sem profundidade, incapaz de desenvolver um planejamento a longo prazo. Essas características pessoais, é claro, atrapalham sua gestão, mas o pior, mesmo, é o bloqueio que o impede de ouvir sugestões e conselhos.
Se tivesse ouvido ministros como Santos Cruz, Gustavo Bebianno, Heleno Nunes, Santa Rosa, Eduardo Ramos e Braga Netto, é evidente que os resultados do governo seriam bem melhores e o presidente não estaria hoje nessa situação de ruptura, equilibrando-se para se manter no cargo.
TUDO AO CONTRÁRIO – O fato concreto é que Bolsonaro exibe um comportamento que indica estar perto da idiotia, porque faz tudo ao contrário e não sabe aproveitar as oportunidades abertas pelo destino, como a pandemia de coronavírus.
Como se sabe, o ministro da Economia, Paulo Guedes, está indo mal. Seu antecessor, Henrique Meirelles, tirou o país de uma recessão brutal (PIB negativo de 3,6% em 2015 e 3,3% em 2016), equilibrando a economia em 2017 e 2018, com crescimento de 1,3%.
Com todo o entusiasmo da eleição de Bolsonaro, o PIB mal chegou a pegou a 1,1,%, após uma maquiagem estatística.
CHEGA A PANDEMIA – A chegada da pandemia foi uma espécie de habeas corpus econômico para o governo, porque causou uma recessão mundial. Assim, Bolsonaro e Guedes jamais poderiam se acusados pela derrocada econômica, e as mortes decorrente seriam debitadas nas contas dos prefeitos e governadores, garantindo a reeleição do presidente.
Mas Bolsonaro fez o contrário, assumiu a responsabilidade pelo combate à pandemias, entrou em choque com os prefeitos e governadores, os prejuízos serão debitados em sua conta política.
O resultado é seu progressivo enfraquecimento político, com 32 pedidos de impeachments na Câmara, sete pedidos de abertura CPIs e dois inquéritos pesadíssimos no Supremo (caso Moro e fake news), além do recém-aberto contra seu filho Eduardo.
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P.S. –
 Para escapar do impeachment, Bolsonaro oferece publicamente ao procurador-geral Augusto Aras uma vaga no Supremo. Ao mesmo tempo, mostra contar com uma intervenção das Forças Armadas a seu favor. Em seu delírio de grandeza, julga (?) que os militares se considerarão engrandecidos ao defendê-lo, sem percebe que eles não veem a hora de dar posse ao vice-presidente eleito, que é um homem sério e capaz de conduzir o país por um caminho seguro. E nem vamos falar nessa criação do grupo Ku Klux Klan à brasileira. Realmente, é demais(C.N.)