sexta-feira, junho 05, 2020

Bolsonaro cogita o uso da Força Nacional nas manifestações contra o governo em Brasília no domingo


Bolsonaro classificou os manifestantes de “terroristas e marginais”
Ingrid Soares
Correio Braziliense
O presidente Jair Bolsonaro quer o uso da Força Nacional de Segurança nas manifestações contra o governo previstas para este domingo, dia 7.  A intenção é evitar o depredamento de patrimônio público. O Correio apurou que a adoção da medida será decidida nesta sexta-feira em reuniões que ocorrerão na Secretaria de Segurança do Distrito Federal.
A pasta avalia um esquema de segurança para as manifestações deste fim de semana. Duas reuniões estão marcadas pela manhã e à tarde, a fim de definir a estratégia. “Isso ainda está sendo alinhado aqui. Haverá duas reuniões amanhã. Aí sim, deve ser fechado um plano para o fim de semana”, afirmou ao Correio uma fonte da secretaria.
PROTESTOS – Bolsonaro já demonstrou temer que as cenas vistas em manifestações como as de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba voltem a acontecer em Brasília. A recente onda de protestos antifascismo tem recebido fortes críticas do Palácio do Planalto. Além do chefe do Executivo, que classificou os manifestantes de “terroristas e marginais”, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, taxou os integrantes dos movimentos de “delinquentes e baderneiros”.
No meio da tarde, o chefe do Executivo visitou o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, também forte candidato a comandar o Ministério de Segurança Pública que o governo pretende recriar. A visita não estava prevista na agenda oficial do presidente. Um dos assuntos tratados no encontro com Torres foi justamente a respeito da segurança local para a manifestação.
 
INDÍGENAS – Em março, Moro já havia convocado a Força Nacional diante de um protesto de 120 lideranças indígenas na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai). A portaria visou garantir o apoio da Força Nacional “nas ações de preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, na defesa dos bens e dos próprios da União”.