Desajeitado, Jair Bolsonaro ainda não aprendeu a usar a máscara
Duarte Bertolini
Estamos todos loucos e histéricos. Bolsonaro é um maluco que dá tiros no pé a todo minuto, cria confusão a toda hora? Claro que é. Mas isso o transforma em um criminoso contumaz e repetitivo a ponto de a justiça ter que se pronunciar a cada ato dele?
É uma imbecilidade e uma temeridade o presidente ir ao encontro de pessoas (sendo suspeito de contaminação)? Claro que é. Mas daí a ser criminoso existe uma diferença abismal.
E OS OUTROS? – Então todos os brasileiros que saíram a rua e encontram pessoas e que estavam sem máscara são criminosos e devem ser punidos?
Para as cidades e locais em que tenham sido promulgadas leis e não recomendações, exigindo o uso da máscara, certamente isto poderia ser considerado um delito, uma infração. Mas até onde sei, essa lei ainda não foi aprovada em Brasília. Então qual é o crime?
Podemos praguejar, podemos xingá-lo, podemos fazer passeatas e manifestações, podemos bater panelas, podemos não votar nele ou em seus aliados, mas querer que a Justiça considere crime não usar máscara, para mim, parece uma demasia, uma verdadeira perseguição, utilizando os lobos da confusão e os juízes de amplo espectro social e político.
NÃO HÁ TRANSGRESSÃO – Imbecil, temerário, imprudente, realmente ele é. Mas se não existe a lei, não pode ter existindo transgressão. Isso deve valer para mim, para todos os cidadãos e também para o presidente.
Sou crítico feroz das ações do Bolsonaro, mas não posso concordar em usar uma máscara interpretativa da lei para saciar minhas vontades de compensação político-administrativa.
Não sou jurista, mas tento ser justo e reservar os juízes para aplicar a lei existente, embora a pandemia seja gravíssima.