quarta-feira, maio 27, 2020

Procuradoria abre inquérito sobre patrocínio do governo a sites de “fake news”


Uma babá para Carluxo | Bernardo Mello Franco - O Globo

Carluxo mandou que o Banco do Brasil retomasse os anúncios

Leandro Prazeres
O Globo

O Ministério Público Federal (MPF) determinou a abertura de inquérito para apurar suspeitas de que a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) esteja direcionando verba publicitária para sites ideológicos alinhados ao governo do presidente Jair Bolsonaro. O pedido de abertura do inquérito, conduzido pela Procuradoria da República no Distrito Federal, foi feito na segunda-feira.

O inquérito vai apurar acusações feitas pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão vinculado ao MPF, que, na semana passada, acusou o governo federal de “falta de transparência” na aplicação da verba da Secom.

CONSEQUÊNCIAS – Segundo representação movida pela PFDC, essa “falta de transparência” pode levar à “má aplicação dos recursos públicos, eventuais direcionamentos por motivação pessoal ou político-ideológica” e “censura indireta” a veículos não alinhados com o governo.

O inquérito foi aberto em meio à repercussão causada pela revelação de que a Secom e o Banco do Brasil pagaram por anúncios em sites que divulgam informações falsas ou que são alinhados ao governo Bolsonaro.

NOTÍCIAS FALSAS – Na semana passada, o perfil Sleeping Giants Brasil, no Twitter, revelou que o Banco do Brasil pagou por anúncios no site Jornal da Cidade Online, que, em 2018, publicou notícias falsas sobre as eleições presidenciais.

Após a revelação, o comando do Banco do Brasil informou que deixaria de anunciar no site, mas o chefe da Secom, Fábio Wajngarten, criticou a postura do banco e disse que o governo estaria “contornando a situação”.

Dois dias depois, o Banco do Brasil anunciou que recuou da decisão e voltou a permitir a veiculação de publicidade estatal no site.

SECOM SE DEFENDE – Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República disse que “não direciona a alocação de investimentos publicitários a qualquer veículo”.

“Há transparência na destinação das verbas de campanhas institucionais bem como os critérios técnicos adotados para a escolha dos meios e dos veículos”, completou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO SITE
 – O pior de tudo isso é que o filho de Mourão, funcionário do Banco do Brasil, mandou cancelar os anúncios ao site Jornal da Cidade, principal fabricante de notícias falsas, mas o filho Carluxo pressionou a diretoria do BB e os anúncios foram retomados. (C.N.)