terça-feira, maio 05, 2020

Intervenção militar com Bolsonaro? General Fernando Azevedo e Silva rebate tal absurdo


Nós não queremos negociar nada', diz Bolsonaro em ato contra STF e ...
Manifestantes querem que Bolsonaro governe como “ditador”
Pedro do Coutto
Nas manifestações antidemocráticas de domingo passado em frente ao Palácio do Planalto em Brasília, além de haver faixas a favor do fechamento do Supremo Tribunal e do Congresso, uma delas propunha a intervenção militar com Bolsonaro, representando uma ruptura na Constituição do país. O presidente Bolsonaro participou do episódio acenando para os manifestantes. Portanto, desta vez o caráter subversivo ficou configurado.  Pelo seu silêncio, Bolsonaro revelou-se favorável ao fato.
Entretanto, na tarde de segunda-feira, o General Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa, divulgou nota oficial afirmando que as Forças Armadas estão ao lado da lei para garantir a democracia, liberdade e a Constituição. Como se constata, o titular da Pasta da Defesa assumiu mais uma vez uma posição contrária daquela que é repetidamente apresentada por apoiadores do presidente da República.
FORTE APACHE – Foi assim também nas manifestações que foram realizadas em frente ao QG de Brasília, o Forte Apache. O general Azevedo reafirma sua posição e a do Exército, Marinha e Aeronáutica na defesa do regime democrático, da lei e da ordem.
O ponto político da questão, o qual não pode ser afastado, é que o general Fernando Azevedo e Silva é o ministro da defesa do governo Bolsonaro. Dessa forma evidencia-se uma colisão entre a posição democrática do general e o silêncio comprometedor do presidente da República.
O ministro da Defesa é mais um a discordar do presidente. No domingo Bolsonaro havia anunciado que estava no limite diante de decisões que o contrariavam. A distonia entre o presidente da República e o ministro da Defesa vai imobilizar qualquer ato de Bolsonaro contra o ministro que nomeou.
OUTRO ABSURDO TOTAL – Os acontecimentos de domingo ainda assinalam mais um absurdo total. Impressionante o radicalismo de setores que pregam o golpe militar em relação aos jornalistas e ao jornalismo. Não suportam que alguém revele a verdade.
Fanáticos e fanatizados na concentração em frente ao Palácio do Planalto praticaram violências contra jornalistas do jornal O Estado de São Paulo. Os protestos foram gerais, tanto contra a faixa pedindo intervenção militar quanto a absurda agressão desfechada contra repórteres e fotógrafos que realizavam seu trabalho. O procurador Aras abriu inquérito para apurar as violências praticadas contra os jornalistas.
MORO SEM SIGILO – Enquanto isso nesta segunda-feira, o ex-ministro Sérgio Moro, através de seu advogado, dirigiu-se ao Procurador Geral Augusto Aras abrindo mão do sigilo em torno de seu depoimento a Polícia Federal, achando que tal decisão vai ao encontro da opinião pública que tem direito a plena informação. O procurador Aras recebeu o requerimento.
Rapidamente o presidente Jair Bolsonaro nomeou e também empossou o delegado Rolando de Souza no cargo de Diretor Geral da Polícia Federal. As atenções gerais voltam-se sobre a substituição ou não do superintendente no Rio de Janeiro, onde correm as investigações sobre as fake news e a atuação de Fabrício de Queiroz.
Portanto, na minha opinião o clima que está envolvendo a política brasileira conduz a que se possa imaginar estarmos na véspera de um desfecho institucional.