quinta-feira, abril 30, 2020

Nomeação de Ramagem para PF foi um erro de Bolsonaro, avaliam assessores


Esse vírus é igual a uma chuva, vai molhar 70% de vocês”, diz ...
O maior problema é que Bolsonaro não ouve nem a ala militar
Valdo CruzG1 Política
A nomeação do delegado Alexandre Ramagem para direção-geral da Polícia Federal foi classificada por assessores presidenciais como um erro de Jair Bolsonaro. A escolha, avaliam, se não fosse sustada pelo Supremo, iria gerar desgastes como também uma reação da categoria que poderia minar o trabalho do delegado à frente do órgão.
Em conversas com o blog, assessores de Bolsonaro confidenciaram que houve tentativas para que o presidente desistisse de indicar Alexandre Ramagem para o posto. Segundo um desses auxiliares, o delegado tem um bom currículo profissional, mas, na linha sucessória, estava longe de ser um dos indicados para dirigir a PF.
REAÇÃO INTERNA – “Haveria, com certeza, uma reação interna. Muitos delegados já estão na carreira há muito mais tempo do que ele, que está furando a fila da linha sucessória”, disse um assessor ao blog.
Sem falar, diz esse mesmo assessor, no fato de Ramagem ser muito próximo dos filhos do presidente, o que reforça as acusações do ex-ministro Sergio Moro de que Jair Bolsonaro quer interferir politicamente na PF.
Além da reação interna, uma ala do governo avaliava que havia, sim, o risco de a indicação vir a ser barrada na Justiça, principalmente na primeira instância, exatamente pela proximidade de Ramagem com a família Bolsonaro, mas a liminar veio mesmo do Supremo, o que é muito mais grave.
JÁ TINHA DECIDIDO – Apesar de todas as tentativas para demover o presidente da nomeação, Bolsonaro sempre deixou claro a seus interlocutores que sua decisão de colocar Ramagem no lugar de Maurício Valeixo já estava tomada antes mesmo da exoneração do indicado por Moro da diretoria-geral da PF.
No caso da ida de André Luiz Mendonça para a vaga de Moro, no comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública, assessores presidenciais gostaram da solução mais técnica, que também representa alguém da total confiança do presidente, mas sem a intimidade de Ramagem.
OLIVEIRA SERIA ERRO – Segundo um assessor, pior do que nomear Ramagem, teria sido também indicar o atual ministro da Secretaria Geral, Jorge Oliveira, para a vaga de Sergio Moro.
Para esses assessores, se fosse mantida a intenção inicial do presidente de indicar Jorge Oliveira para o Ministério da Justiça, o governo estaria dando ainda mais motivos para as críticas de que Bolsonaro queria colocar amigos da família em postos-chave capazes de acompanhar investigações relacionadas a seus filhos ou aliados.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Uma coisa é montar uma equipe de governo; outra coisa, muito diferente, é transformar o governo numa ação entre amigos, no estilo da família Bolsonaro(C.N.)