domingo, abril 26, 2020

A mentira de Bolsonaro sobre Moro era tão evidente que nem foi preciso desmenti-la


Após pronunciamento de Bolsonaro, direita radical se isola no ...
Jair Bolsonaro mostrou que não tem equilíbrio para ser presidente
Carlos Newton  
Toda pessoa que tem um mínimo de senso do ridículo sempre fica contrafeita e até mesmo envergonhada quando vê alguém dando vexame em público, tentando subestimar a inteligência dos outros, como o presidente Jair Bolsonaro fez nesta sexta-feira, no pronunciamento à nação para destruir a imagem do então ministro Sérgio Moro.
Foi constrangedor ver aquele grupo de ministros sendo obrigado a presenciar essa cena patética, fazendo olhar de paisagem, sem que pudessem interromper e pedir: “Pelo amor de Deus, senhor presidente, não continue com isso”.
FICA-SE NA DÚVIDA – Surge uma pergunta que não quer calar. Será que o presidente mostrou aos ministros do núcleo duro o teor do texto? É difícil acreditar que tomaram conhecimento prévio das acusações ao ministro Moro e concordaram com elas.
É muito mais provável que já tivessem jogado a toalha e desistido de tentar evitar as maluquices do presidente, que no domingo passado tinha desonrado o Exército com aquela patética manifestação diante do Forte Apache, um território considerado sagrado e intocável pelo generais.
O único a se manifestar foi o vice-presidente Hamilton Mourão, que não deixa sem resposta as perguntas dos jornalistas. Opinou que a demissão do ministro Sérgio Moro “foi um erro” e se fechou em copas, como se diz no linguajar do carteado.
JOGANDO O JOGO – A impressão que se tem é de os militares do primeiro escalão do governo decidiram se adaptar à situação, pois começaram a administrar o país como se Bolsonaro não mais existisse. Ou seja, ouvem as ordens do  ainda presidente, mas as cumprem do jeito que bem entendem.
Os generais torcem para que a sociedade civil se mobilize logo para o impeachment, um processo doloroso e demorado, que todos terão de suportar, para que o pais se livre de um presidente equivocado, esquizofrênico e esquisito, a ponto de permitir que os filhos transformem a Presidência num jardim de infância, com um guru terraplanista para diverti-los e tudo o mais.
O impeachment é  melhor solução. O capitão Bolsonaro e os filhos recrutas vão cuidar dos negócios da próspera família, o general Hamilton Mourão assume e toca o barco, como dizia Ricardo Boechat, e o país tem um final feliz, pelo menos nessa crise.
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P.S. – O que ainda não dá para entender é que Bolsonaro ainda tenha seguidores fanáticos, como se fosse líder de uma seita desses pastores que curam até câncer na televisão, mas não conseguem curar uma mera gripezinha como a covid-19. (C.N.)