quinta-feira, março 26, 2020

Piada do Ano! Ainda há quem pense que os militares apoiam Bolsonaro incondicionalmente


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Bolsonaro coloca o ministro da Saúde em péssima situação
Carlos Newton
Devido às ridículas polêmicas no combate ao coronavírus, o apoio incondicional ao presidente Jair Bolsonaro continua caindo e só restam os fanáticos, que podemos estimar entre 25% e 30% dos eleitores, praticamente igual ao índice dos  fanáticos adoradores de Lula da Silva, aclamado por ter sido um pai dos pobres que fazia hora extra para proteger também os banqueiros e empresários.
Desde o início de seu estranho “governo compartilhado”, Bolsonaro e os filhos têm sido acometidos de sucessivos surtos de teorias conspiratórias, e qualquer um, inclusive os amigos mais chegados, pode ser suspeito de conspiração, como aconteceu com Gustavo Bebianno, Paulo Marinho, Santos Cruz, Hamilton Mourão, Joice Hasselmann, Major Olímpio e tantos outros.
MAIS UM NA MIRA – Agora, a bola da vez é o ministro Luiz Henrique Mandetta, ex-deputado federal e ex-secretário de Saúde de Campo Grande, que vem fazendo excelente atuação à frente do Ministério nesse combate ao coronavírus.   
Bolsonaro está se segurando, porque já percebeu que os generais da ativa não estão gostando nada de sua atuação no caso da pandemia. Portanto, não pode mais continuar afrontando as recomendações da Organização Mundial de Saúde e do próprio Ministério da Saúde.
Nesse sentido, nesta terça-feira, dia 24, o pronunciamento do comandante do Exército, general Edson Pujol, não deixou margem a dúvidas.
CHOQUE DE PROPOSTAS – Todos sabem que existe um choque entre as determinações do Ministério da Saúde e as recomendações da Presidência da República. O ministro Mandetta estabelece as regras junto com o comitê governamental chefiado pelo ministro Braga Netto, que é general da ativa. E o presidente Bolsonaro defende publicamente que se faça o contrário, mas seu posicionamento rebelde não conta com a solidariedade dos militares.
Ao invés de apoiar o fim do confinamento, conforme propõe o presidente, que é comandante-em-chefe das Forças Armadas, o Exército faz exatamente o contrário. Nesta quarta-feira (dia 25, apesar do pronunciamento presidencial pedido no fim do confinamento, o Comando Militar do Leste colocou tropas nas ruas da Vitória, para ajudar a manter a população em isolamento.
Mesmo assim, ainda há quem pense que os comandos militares continuam estão apoiando Bolsonaro incondicionalmente… Pelo contrário, muitos chefes militares já acham que Bolsonaro está manchando a imagem das Forças Armadas e precisa agir com maior responsabilidade.
GOVERNO MILITAR – No momento não existe governo militar, mas é como se fosse, porque nunca houve tantos militares no Ministério e nos escalões inferiores, nem mesmo nos tempos da ditadura. Parte da população até confunde as bolas – acha que estamos num governo militar, que deveria intervir mais duramente, como se não estivéssemos em democracia plena.
Bolsonaro, seus filhos e até o general Augusto Heleno já demonstraram acreditar que o as Forças Armadas podem dar um golpe para mantê-los no poder, certamente por terem poupado a Previdência dos militares e reajustado suas remunerações. Tanto assim que Bolsonaro encerrou o pronunciamento dizendo que  crise pode levar o país a sair da “normalidade democrática”.
TROPA DE ELITE – O raciocínio é rasteiro. Os militares brasileiros são uma elite de alto nível, que não se vende por 30 dinheiros nem por milhões. Se tiverem de intervir, será para afastar Bolsonaro e seus patéticos terraplanistas, com objetivo de entregar o poder ao vice-presidente, general Hamilton Mourão, que já mostrou ser mais competente, parece imune a teorias conspiratórias e jamais será submisso aos EUA ou país algum.    
É claro que ainda não há clima para impeachment, especialmente devido à pandemia. Mas a proposta já se tornou uma possibilidade concreta, pois os pedidos começam a se avolumar sobre a mesa do presidente da Câmara.
P.S. – É só uma questão de tempo. Se Bolsonaro não despertar para a realidade, o impeachment será mais facilmente concedido do que aquele que defenestrou Dilma Rousseff, uma espécie de Viúva Porcina da política nacional – “aquela que foi, em ter sido”. (C.N.)