sábado, março 28, 2020

Afirmações surpreendentes do presidente Bolsonaro prejudicam a sua própria imagem


Bolsonaro vai fazer novo teste de coronavírus nesta terça-feira ...
Bolsonaro usa máscara nas lives, m menospreza o vírus
Pedro do Coutto
Reportagem de Gustavo Uribe e Daniel Carvalho, Folha de São Paulo desta sexta-feira, coloca em destaque afirmação feita pelo presidente Bolsonaro na noite de quinta-feira. Falando a um grupo de jornalistas, optou por tentar minimizar, mais uma vez, a pandemia de coronavirus. Ele afirmou que o brasileiro tem que ser estudado. “Ele não pega nada. Você vê o cara pulando até em esgoto e não pega nada”, assinalou.
Essas afirmações em série causam desgaste tanto ao presidente quanto ao governo. Não foi por acaso, por exemplo, que o general Hamilton Mourão afirmou que Bolsonaro não havia explicado bem a situação em relação à crise virótica.
ISOLAMENTO DE BOLSONARO – Também na Folha, de acordo com matéria de Igor Gielow ressalta que as correntes bolsonaristas estão demonstrando preocupação com o isolamento de Jair Bolsonaro no quadro político. Na minha opinião o isolamento foi causado pelo próprio Palácio do Planalto.
Se o presidente da República tivesse um diálogo aberto com os setores político partidários, não estaria enfrentando as dificuldades que enfrenta hoje. Isso de um lado. De outro, sua agenda de reformas produzidas pelo ministro da Economia, encontram obstáculos decorrentes da falta de uma ponte entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.
HÁ AFASTAMENTOS – Não que Bolsonaro fosse obrigado a politizar ao máximo sua administração. Mas que observasse a necessidade de um diálogo mais próximo entre as frentes que se formaram na sua vitoriosa campanha eleitoral e que no momento se afastam dele.  É o caso do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, autor da indicação de Henrique Mandetta para o Ministério da Saúde.
De forma surpreendente, o presidente da República afirmou-se contrário ao isolamento social adotado pelos países atacados pelo coronavírus. Ontem, vale frisar, o prefeito de Milão, em uma entrevista transmitida pela televisão, pediu desculpas à população milanesa por não ter estabelecido as restrições à movimentação das pessoas. Aliás, o governo italiano custou a reconhecer a gravidade real da pandemia. 
TRUMP ENFIM SE MEXE – Os EUA são outro exemplo. O presidente Donald Trump terminou enviando ao Congresso, que já aprovou, projeto de lei permitindo que ele canalizasse para as empresas e pessoas atingidas um maior desembolso financeiro da história da humanidade. Dois trilhões de dólares superam até o PIB brasileiro, que se encontra na escala de 1 trilhão e 400 bilhões de dólares. A pandemia avançou tanto que causou alarme à população norte americana.
Aqui no Brasil Jair Bolsonaro propôs o repasse de 600 reais a cada trabalhador informal cuja renda mensal está em torno de 2.000 reais. E essa quantia de 2.000 reais – deve- se acentuar – é a escala em que se incluem metade dos brasileiros e brasileiras.