Posted on by Tribuna da Internet
Paulo Roberto Netto
Estadão
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O PSOL protocolou nesta quarta-feira, dia 26, pedido de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro na Procuradoria-Geral da República. A sigla solicita a Augusto Aras, chefe do Ministério Público, que abra investigação para punir o presidente por divulgar vídeo pelo WhatsApp convocando manifestantes para atos anti-Congresso. O caso foi revelado nesta terça-feira, dia 25, pelo ‘Estado’.
A sigla pede a Aras que abra investigação para autuar e responsabilizar ‘Bolsonaro e seus aliados que também estejam convocando a população para atacar a democracia’. “Não restam dúvidas de que os representantes do atual governo, especialmente o Presidente da República, não possuem qualquer apreço pela democracia e sequer reconhecem ou compreendem o papel de instituições como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal para a consolidação do Estado Democrático de Direito”, afirma o partido.
AMEAÇA – Segundo o PSOL, o compartilhamento de mensagens que ‘incentivam o acirramento político e ameaçam o funcionamento das instituições democráticas’ demandam investigações do Ministério Público Federal.
“É inquestionável que no regime democrático o Presidente da República e seus Ministros se submetem à Constituição Federal e às leis vigentes, devendo respeitar e prezar pelo livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação”, afirma o partido. O PSOL cobra ainda que seja apurado a origem, financiamento e produção do vídeo divulgado por Bolsonaro.
CONVOCAÇÃO – A gravação divulgada exibe a facada que o então candidato à Presidência sofreu em Juiz de Fora (MG), em setembro de 2018, para dizer que o presidente ‘quase morreu’ para defender o País e que agora precisa ‘que as pessoas vão às ruas para defendê-lo’. A mensagem que acompanha o vídeo afirma: “- 15 de março/Gen Heleno/Cap Bolsonaro/O Brasil é nosso, não dos políticos de sempre”.
O presidente afirmou se tratar de ‘troca de mensagens de cunho pessoal, de forma reservada’. Lideranças políticas repudiaram o ato. Ministros do Supremo Tribunal Federal também se manifestaram sobre o caso, em especial Celso de Mello, que advertiu que o presidente não está ‘à altura do altíssimo cargo que exerce’.