sábado, janeiro 25, 2020

Se você pensa que as estatais dão prejuízo ao Brasil, está completamente enganado…


Charge do Márcio Baraldi (Arquivo Google)
Francisco Vieira
Ao insistir na privatização das estatais, o governo Bolsonaro está jogando contra os próprios argumentos, já que as empresas públicas deram lucro em 2019, depois de anos de prejuízo, provando que elas são parte da solução e não dos problemas nacionais. Os problemas estão nas pessoas que foram escolhidas para comandá-las. E ainda não se tem notícias de qualquer bilhão desviado da Petrobrás ou de qualquer outra estatal.
Portanto, a ideia de que precisamos privatizar para evitar a corrupção, para o Estado não ter prejuízo, não tem qualquer fundamento, pois desde as megadoações do corrupto-mor Fernando Henrique Cardoso que o país privatiza e, mesmo assim, não conseguiu evitar a posterior corrução petista.
LUCRO OU PREJUÍZO – Ora, uma empresa é como um carro: vai para onde o motorista quiser; dá lucro ou dá prejuízo ao proprietário, dependendo de quem cuida dele.
Vejam este artigo: “Banco do Brasil, Caixa, Petrobras, Eletrobras e BNDES lucraram um total de R$ 60,7 bilhões no primeiro semestre de 2019. Juntas elas respondem por 95% do total do resultado das empresas estatais federais. O resultado expressivo dessas empresas públicas comprova que elas não são ineficientes e muito menos geram prejuízo ao país. Muito pelo contrário. São responsáveis por garantir a soberania nacional, como é o caso da Petrobras e da Eletrobras, ou, no caso do Banco do Brasil e da Caixa, atuam para melhorar o bem estar da população ao concederem crédito agrícola e imobiliário mais acessível que os bancos privados em um mercado extremamente concentrado e caro como é o setor bancário brasileiro”, afirma Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de Osasco e Região, Ivone Silva.
CINCO GIGANTES – Entre as estatais, cinco conglomerados – Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Eletrobras e Petrobras – concentram 96% dos ativos totais e 93% do patrimônio líquido das estatais federais.
Mesmo apresentando resultado significativo, essas cinco empresas públicas estão enfrentando ameaças de privatização e um processo de desmonte por meio da venda de ativos e subsidiárias.
No caso da Caixa, as loterias instantâneas (Lotex), chamadas de raspadinhas, foram recentemente leiloadas e o vencedor, dentro do Programa de Parceria e Investimentos (PPI), foi o consórcio Estrela Instantânea, formado pela italiana IGT e pela americana SG, que tem mais de 80% do mercado global de loterias.  
PERGUNTA-SE – Você venderia uma vaca que produz leite e abastece sua família, para passar a comprar leite do vizinho, sob o argumento de que ele poderá lhe vender mais barato do que o leite que a tua vaca hoje produz?
E se for mentira? Se o país vizinho lhe vender o leite pelo preço que bem quiser? Por fim, o Brasil pode se dar ao luxo de jogar R$ 120 bilhões (por enquanto!) de lucro anual no lixo, fora os impostos arrecadados, para depois cobrar apenas impostos e somente uma mínima parte desse lucro?
Ora, é um grande negócio para quem compra, e não para quem vende.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – No primeiro ano do governo Bolsonaro, o lucro das estatais mais do que dobrou. Mesmo assim, querem privatizá-las. Vamos voltar ao assunto, porque dados do instituto Forbes, que é uma organização liberal, revela que das 10 maiores empresas em ativos do mundo, seis são estatais dos Estados Unidos, da China e da Europa. Você sabia?  (C.N.)