segunda-feira, dezembro 30, 2019

Google, Facebook, Twitter e WhatsApp ajudarão a combater fake news na próxima eleição


Charge do Kemp (Arquivo Google)
Rafael Moraes Moura e Breno PiresEstadão
O coordenador do Programa de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Fioreze, explica que nas próximas eleições a atuação preventiva, com apoio das plataformas Google, Facebook, Twitter e WhatsApp, será muito importante, porque os juízes eleitorais só podem remover conteúdo de fake news da internet se forem provocados por quem for prejudicado.
Uma das preocupações de Fioreze, compartilhada por especialistas em direito eleitoral, é que as eleições possam ser influenciadas pelo uso das chamadas deepfakes. Essa é uma técnica que, por meio de inteligência artificial, na edição de vídeos, permite colocar palavras na boca de uma pessoa para que ela apareça dizendo frases que na realidade não disse.
Como combater as novas formas de produzir notícias falsas? “Os deepfakes, por exemplo, constituem uma forma mais recente de produção de desinformação e são objeto de preocupação para as eleições 2020, embora não se possa afirmar que a prática será adotada em larga escala. A preocupação decorre da maior dificuldade de identificação da prática, que se apoia em recursos tecnológicos mais sofisticados.”
A percepção geral é que em 2018 os órgãos do País falharam na atuação contra as fake news. O que mudará para 2020?
Em 2018 nós intensificamos ações de caráter reativo. Um elemento estrutural do programa para 2020 é a necessidade de atuar preventivamente.“
O que muda, na prática, nessa nova abordagem?A gente avança detalhando para eleitores quanto a cautelas que devem ter na produção e divulgação de informações. Por exemplo, algumas informações falsas a respeito de urnas eletrônicas são recorrentes, então já podemos subsidiar o cidadão e o eleitor de que é comum acontecer essa afirmação, mas a afirmação correta é outra. Uma espécie de catálogo com informações verdadeiras contrapostas a informações falsas
A presidente do TSE, Rosa Weber, chamou gigantes da internet e das redes sociais de parceiras. Como Facebook, Google, WhatsApp e Twitter estão agindo?
O tribunal conta apoio de gigantes da internet e das redes sociais para enfrentar o problema da desinformação durante a campanha. Elas têm aperfeiçoado os mecanismos, por exemplo, de identificação e eliminação do uso abusivo de bots (robôs) e de outras ferramentas automatizadas para disseminar desinformação.”
Há outras parcerias? Como funcionarão?“Uma outra maneira de conter fake news é o apoio de agências de checagem de informação, como destaca o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Og Fernandes. O TSE conta com essa parceria no combate à desinformação. Estamos avançando, mas nessa batalha, ninguém ou nenhuma instituição está fora do combate. A soma dessas vontades será maior que nós todos.”