sexta-feira, junho 28, 2019

Enquanto o Brasil despreza o BNDES, os EUA criam um banco semelhante ao nosso


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BNDES é referência mundial em incentivo ao desenvolvimento
Carlos Newton
Ao viajar na internet para buscar dados acerca da importância do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que no Brasil está sofrendo um processo de esvaziamento, o editor da “Tribuna da Internet” se deparou com reportagens indicando que o congresso dos EUA aprovou no final do ano passado a criação da U.S. International Development Finance Corporation (USIDFC), instituição que visa promover os negócios de empresas norte-americanas em países.
Em tradução simultânea, isso significa que a Matriz USA vai implantar um banco de fomento, para incentivar e financiar as exportações do país e a instalação de indústrias em países emergentes e em desenvolvimento, atribuição que vem sendo cumprida com total êxito pelo BNDES aqui na filial Brazil.
PLANO ANTICHINA – As reportagens indicam que o objetivo é enfrentar o avanço dos produtos industrializados da China, que vai avançar ainda mais depois que implantar a chamada nova Rota da Seda, a ligação por terra e mar entre a Ásia e a Europa.
O projeto propõe a transformação de uma pequena agência governamental criada em 1971, a Overseas Private Investment Corporation (OPIC), em um banco com maior robustez e capacidade de ação, capaz de financiar investimentos privados americanos em mercados internacionais, especialmente em aliados estratégicos dos EUA, um dos quais é o Brasil, que o sexto maior país em população e constitui um grande mercado consumidor.
BAIXO CUSTO – Preparada pelos especialistas do Center for Global Development (CGD) a partir de 2011, a proposta de criação desse banco de fomento unificar diversos instrumentos e agências já existentes, fazendo o governo norte-americano ganhar em eficiência, sem necessidades adicionais de orçamento.
O projeto aprovado pelo Parlamento a matriz USA segue o exemplo de bancos de fomentos existentes em países já desenvolvidos, como a Alemanha, que tem o KfW, um dos maiores do mundo e que foi usado para desenvolver a Alemanha Oriental, assim como nações emergentes que dispões de instituições que atuam diretamente no financiamento à exportação, tais como o BNDES, no Brasil; o Exim-Bank Malaysia, na Malásia; e o Turk Exim Bank, na Turquia, além de entidades multilaterais, como o New Development Bank, também conhecido como Banco dos BRICS.
BNDES É REFERÊNCIA – O BNDES já foi o maior do mundo e é considerado referência. Na década de 80, o governo chinês enviou especialistas à filial Brazil para estudar o BNDES e em 1994 foi criado o Banco de Desenvolvimento da China, que hoje é o maior do mundo. Na mesma época, foi criado o Banco Agrícola da China.
Como os grandes exportadores norte-americanos já dispõem do Eximbank, o novo banco de desenvolvimento da matriz USA vai incentivar empresas de menor porte, oferecendo um pacote completo de produtos e serviços, que incluem: empréstimos, garantias, capital semente para fundos de investimento, participações em empresas, além de serviços de consultoria e estudos de viabilidade para projetos.
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P.S. – 
Enquanto isso, aqui na filial Brazil o presidente da República nomeia para presidir o BNDES um engenheiro de 38 anos, sem a menor experiência no setor, cujo grande destaque no currículo é ser amigo de infância dos filhos Zero Um, Zero Dois e Zero Três, num convívio longo e que já é suficiente para transformá-lo num Zero à Esquerda. (C.N.)