quinta-feira, maio 30, 2019

‘Representação do Congresso é tão forte quanto a do Executivo’, diz Rodrigo Maia


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Maia recomenda que é preciso agir com racionalidade na política
Marco Grillo e Eduardo BrescianiO Globo
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira que a atuação do Congresso é tão relevante quanto a do Poder Executivo. Na terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro havia afirmado que tinha mais poder que Maia, pela capacidade de editar decretos. No dia seguinte, o presidente da Câmara minimizou a declaração e disse não ter visto maldade do chefe do Executivo.
Nesta quinta-feira, na saída da convenção do DEM, Maia ressaltou que o Poder Legislativo tem “papel decisivo” dentro das instituições do país.
DEMOCRACIA — “Foram 97 milhões de votos dados a deputados e deputadas na eleição de 2018. A representação é tão forte quanto a representação do Poder Executivo. A política se faz através de partidos. Então, quando se trata de forma pejorativa os partidos, não se está enfraquecendo apenas uma agremiação política, está se enfraquecendo a democracia brasileira, porque o Congresso Nacional tem como base a participação efetiva dos partidos políticos” — disse Maia, na saída da Convenção do DEM, em Brasília.
Mais cedo, durante o discurso na convenção, o presidente da Câmara já havia ressaltado a atuação das legendas como mecanismo de evitar o “enfraquecimento da democracia”:
“Quando a gente fala de democracia, falamos de instituições fortes. Quando nós falamos de democracia e da importância do Parlamento, falamos de partidos fortes. A forma pejorativa com que muitas vezes tratam o Democratas e outros partidos é o caminho do enfraquecimento da democracia”, assinalou.
ERROS DE PESSOAS – “Nós criticamos e atacamos erros de pessoas. Os partidos são fundamentais para nossa democracia, e o Democratas tem demonstrado isso ao longo dos últimos anos. Nós precisamos fortalecer os partidos”, acrescentou.
No discurso na convenção do DEM, Maia fez uma defesa da Câmara e do partido. Afirmou que a discussão sobre “ser ou não ser governo” é indevida e defendeu racionalidade para o partido se posicionar.
“Tento ser sempre muito racional. O Brasil está precisando de racionalidade, de equilíbrio, menos discurso para fora e mais compromisso com a pauta de mudanças que esse país tanto precisa” — afirmou Maia.
APOIO FORMAL – O presidente da Câmara minimizou o fato de o DEM, com três ministros no governo, não ter declarado apoio formal à gestão Bolsonaro, como defendeu o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do PP.
“Esse assunto não está na pauta da Convenção, então não tem por que estar contra ou a favor. Mais importante é a agenda, aprovar as reformas. Estar ou não no governo é uma questão secundária. A agenda econômica tem total apoio do Democratas” — disse Maia, que voltou a afirmar que a reforma da Previdência será aprovada em junho na comissão especial.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Desde sua eleição para a presidência da Câmara, em fevereiro, Rodrigo Maia vem toureando o presidente Bolsonaro, que se comporta como um miúra descontrolado, que julga poder mandar no Legislativo e no Judiciário. Os parlamentares são representantes do povo, eleitos diretamente, e precisam ser respeitados. E Rodrigo Maia já aprendeu a jogar esse jogo. Sua obrigação é apoiar toda proposta acertada do governo e rejeitar qualquer projeto equivocado.(C.N.)