terça-feira, abril 02, 2019

Quem vive mais acaba consumindo mais e, portanto, paga mais impostos


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Charge do Bier (Arquivo Google)
Pedro do Coutto
O número dos segurados atualmente com mais de 90 anos somam 632 mil na previdência social.  O número preocupa o governo Bolsonaro porque a longevidade acarreta maior tempo de pagamento de aposentadorias e pensões. Reportagem de Edna Simon, Valor de ontem, focaliza o assunto e ouve a opinião de Leonardo Rolim, Secretário de Previdência Social. Ele apresentou números: nos últimos dez anos a faixa daqueles que têm mais de 90 aumentou 50%.
Com isso o INSS tem de desembolsar em períodos mais longos as despesas que oscilam entre o déficit e a arrecadação. O orçamento da Previdência Social, hoje está em torno de 800 bilhões por ano. Mas a receita gira em torno de 600 bilhões. O fato de o limite de vida vir crescendo, consequência do progresso não atinge apenas as contas da Previdência Social. Isso porque os que vivem mais tempo têm despesas elevadas com medicamentos, consomem mais e em consequência pagam mais impostos.
LONGEVIDADE – Como se constata, o fenômeno da longevidade apresenta pontos francamente ligados ao maior pagamento de tributos, sejam eles diretos ou indiretos. Assim toda vez que um aposentado ou pensionista adquirir alguma coisa, está pagando ICMS, imposto que abrange todo consumo. Ou seja, o inativo ou inativa está aumentando a receita tributária. Como se vê, é um círculo normal da longevidade. Não deve ser encarado como um problema e sim como uma conquista voltada para melhores patamares de vida dos seres humanos.
É difícil para os economistas reconhecer a face dupla da existência humana. Não se pode considerar apenas um fator de desembolso por parte do governo, mas sim o mesmo governo deve na realidade festejar o maior tempo de duração da vida humana.
UMA SUGESTÃO – Eis aí uma pesquisa interessante a ser feita – deixo aqui a sugestão – pelo Ibope ou pelo Datafolha. O tema sintetiza no sentido de medir os índices de consumo nas faixas de mais idade da população. O próprio IBGE pode fazer isso. Ou então a Fundação Getúlio Vargas.
O resultado dessa pesquisa vai fornecer mais luz sobre o problema pleno de sombras levantadas pelo próprio governo. Não deveria este lamentar o número de idosos. Mas sim se congratular com os personagens desse fenômeno.
Afinal de contas, se tivermos sorte chegaremos todos a idades mais longas que embalam nossas esperanças.