Carlos Newton
Já publicamos aquina Tribuna que o grande magnata John D. Rockefeller costumava dizer que “o melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada e o segundo melhor é uma mal administrada”. Quando falava em empresa de petróleo, na verdade Rockefeller estava se referindo às refinarias, porque quem faz prospecção pode não encontrar jazidas e quem extrai petróleo pode ver a reserva se esgotar. Mas a refinaria não tem esses riscos empresariais, está sempre no lucro.
É preciso raciocinar sobre isso, neste momento em que o país tem um ministro da Economia (Paulo Guedes) que sonha em privatizar todas as estatais e a Petrobras é presidida justamente um defensor dessa tresloucada ideia (Roberto Castello Branco).
ESTATAIS – É preciso entender que o setor de petróleo ainda é tão estratégico que muitos países do mundo preferem não privatizar, como Arábia Saúdita, Malásia, México, Índia, China, Noruega, Argélia, Kuwait, Irã, Qatar, Rússia, Tailândia, Colômbia, Venezuela, Iraque, Indonésia, Paquistão, Emirados Árabes Unidos e Azerbaijão, entre outros.
É diante dessa realidade que as autoridades brasileira devem se posicionar, especialmente agora, quando ficou explicado o motivo de Guedes não se preocupar com a dívida pública. “Temos R$ 1 trilhão para sair (dos leilões) do pré-sal”, disse ele, mostrando que a Petrobras é a salvação estatal do país que ele quer privatizar.
Enquanto Guedes e Castello Branco sonham em vender as refinarias da Petrobras, a Arábia Saudita desenvolve uma política totalmente diversa. Além de jamais leiloar suas reservas, a Saudi Aramco, maior exportadora de petróleo do mundo, está investindo pesado no refino, para vender mais derivados, ao invés do óleo cru, e obter muito maior lucro.
MAIOR LUCRO – A Aramco atualmente processa apenas um terço de sua produção em refinarias próprias ou joint venture. A empresa planeja dobrar sua rede de refino para processar até 10 milhões de barris por dia até 2030, garantindo maior rentabilidade com a venda de derivados.
Além disso, a estatal vai investir em petroquímica, para verticalizar o aproveitamento de sua produção garantir ainda mais lucros e criação de empregos.
“O objetivo da Aramco é garantir um melhor aproveitamento de sua futura produção de petróleo”, diz John Stewart, analista da consultoria Wood Mackenzie Ltd. “A expansão a transformaria na maior refinadora do mundo”.
INVESTIMENTOS – A governo da Arábia Saudita está investindo na Aramco para criar novas indústrias que possam aumentar o aproveitamento industrial do petróleo. Ou seja, a estatal saudita está tentando extrair mais lucro do petróleo e está investindo US$ 69 bilhões para ter uma participação majoritária na petroquímica Saudi Basic Industries Corp., que está sendo estatizada. A meta da empresa é transformar em produtos químicos cerca de 3 milhões de barris diários de petróleo.
A Aramco atualmente possui três refinarias na Arábia Saudita e a fábrica Motiva Enterprises LLC nos EUA. Outras instalações são joint ventures com parceiros estrangeiros. Até o final do ano, iniciará o processamento de petróleo em novas refinarias no reino e na Malásia, o que levará sua capacidade total de refino a mais da metade de sua produção atual de petróleo. Até 2030, metade da capacidade de refino da Aramco estará localizada fora da Arábia Saudita, estima a consultoria WoodMac. E mesmo que atinja sua meta de refino, a Aramco ainda continuará exportando óleo cru.
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P.S. 1 – Sem a menor dúvida, o exemplo da estatal saudita precisa ser analisado pelas autoridades brasileiras, antes apressadamente privatizar as refinarias da Petrobras, como pretendem Paulo Guedes e Roberto Castello Branco, que são maus brasileiros e desconhecem as sábias lições do mestre John. D. Rockefeller.
P.S. 1 – Sem a menor dúvida, o exemplo da estatal saudita precisa ser analisado pelas autoridades brasileiras, antes apressadamente privatizar as refinarias da Petrobras, como pretendem Paulo Guedes e Roberto Castello Branco, que são maus brasileiros e desconhecem as sábias lições do mestre John. D. Rockefeller.
P.S. 2 – As refinarias da Petrobras são primorosamente mantidas, trabalhei na empresa por três anos, dá orgulho visitá-las. O mercado brasileiro está aberto a qualquer empresa que queria construir refinarias aqui, mas elas não se arriscam a competir com a Petrobras. Pense nisso, antes de defender a venda do patrimônio brasileiro para pagar dívida aos banqueiros, como Guedes pretende. E os militares nacionaistas, onde estão os militares? (C.N.)
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