terça-feira, abril 02, 2019

Itamaraty esnoba pedido dos países árabes para marcar reunião com Bolsonaro

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Pedro Ladeira/Folhapress
Alzeben, da Palestina, é o decano dos embaixadores árabes
Talita MarchaoUOL, em São Paulo
Embaixadores de países árabes no Brasil pediram formalmente uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e com o chanceler Ernesto Araújo quando a comitiva brasileira voltar da visita a Israel. O pedido foi confirmado ao UOL pelo embaixador palestino Ibrahim Alzeben, que foi convocado pela Autoridade Palestina após Bolsonaro anunciar a criação de um escritório brasileiro de negócios em Jerusalém.
O diplomata palestino é decano do conselho de embaixadores árabes e islâmicos no Brasil, que reúne representantes de 41 países. Ele diz que o grupo, que se reúne mensalmente em Brasília, convocou uma reunião emergencial após a viagem de Bolsonaro. O encontro acontecerá na sede da Liga Árabe — organização que reúne 22 países, como Arábia Saudita, Palestina e Jordânia.
SEM RESPOSTA – “Até agora não tivemos resposta, imagino que a agenda de ambos [Bolsonaro e Araújo] esteja bem difícil. E não sei se este silêncio tem relação com a visita a Israel”, diz o embaixador. O representante palestino aqui afirma que tem interesse em “intensificar o diálogo com o novo governo”. Para ele, as medidas anunciadas refletem “falta de informação, de comunicação”.
O retorno do presidente a Brasília está previsto para a noite desta quarta-feira. Ainda não há data para a reunião. Procurados, o Palácio do Planalto não se manifestou; o Itamaraty confirmou que foi feito um pedido de audiência, que será atendido pelo secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Otávio Brandelli.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Quer dizer que os 41 países árabes pedem uma reunião com o presidente Bolsonaro e o chanceler Ernesto Araújo, e o Itamaraty esnoba a solicitação, oferecendo um encontro com o secretário-geral de Relações Exteriores, Otávio Brandelli? Ora, todos os embaixadores sabem que Brandelli não manda nada, é um zero à esquerda. É claro que esse posicionamento da chancelaria brasileira não vai dar certo. E ainda chamam isso de diplomacia… (C.N.)