sábado, abril 27, 2019

Flexibilização precoce da reforma da Previdência por Bolsonaro causa desconforto interno

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Bolsonaro sabe que a reforma radical de Guedes não será aprovada
Gerson CamarottiG1 Brasília
Apesar do tom mais incisivo do presidente Jair Bolsonaro em defesa da reforma da Previdência, integrantes da equipe econômica voltaram a ficar preocupados com o fato de ele flexibilizar precocemente a proposta do governo.
Desta vez, o presidente baixou o valor mínimo da economia prevista para 10 anos com a reforma para R$ 800 bilhões. Até então, o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, vinha insistindo no valor mínimo de R$ 1 trilhão para o período.
NÃO É O MOMENTO – Mesmo com Bolsonaro tendo usado um argumento consistente – de que valor inferior pode levar o Brasil a ficar numa situação semelhante à Argentina –, acabou diminuindo a margem de manobra de governo junto aos parlamentares.
“Não é o momento de ceder. Isso fragiliza nossa posição de negociação com o Congresso”, disse ao Blog um integrante da equipe econômica.
Não é a primeira vez que Bolsonaro faz uma sinalização neste sentido. Antes, já tinha admitido ceder entre outros pontos: na redução da idade mínima para mulheres de 62 para 60 anos, na exclusão da mudança do BPC e ao reconhecer que o regime de capitalização pode ficar para um segundo momento. “Isso enfraquece a reforma da Previdência proposta pelo governo”, reforça essa fonte.
Tom mais assertivo – Ao mesmo tempo, há o reconhecimento que Bolsonaro usou um tom mais assertivo nestes últimos dias em defesa da reforma. Até então, havia uma postura mais envergonhada, que chegou a ser criticada até mesmo pelo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia.
“Esse tom mais enfático pode ajudar no convencimento de parte da população”, acrescentou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Bolsonaro já percebeu que a proposta de Guedes é um delírio e quer evitar passar vexame. Apenas isso. (C.N.)