segunda-feira, abril 29, 2019

Enquanto a ponte não chega, o ferryboat agoniza esperando o socorro que não vem

A população cresce, e o sistema diminui

Levi Vasconcelos


Foto: Reprodução/TV Bahia
Foto: Reprodução/TV Bahia

A melancólica partida dos ferries Ipuaçu e Monte Serrat ontem rumo ao ferro velho (o mesmo destino que o colega Gal Costa já tomou), suscita uma pergunta: até a ponte Salvador-Itaparica acontecer (um mínimo previsto de quatro anos), como fica o ferryboat?
Além dos três acima citados, o Agenor Gordilho, hoje ancorado em Bom Despacho, está prestes a ser naufragado para virar atração turística de mergulhador. Ao lado dele, está o Juracy Magalhães, com o casco arrombado, também a caminho do ferro velho. Ironicamente, os dois são os pioneiros de quando o sistema começou a operar, em 1972.
O Ferry, hoje sob concessão da Internacional Marítima, conta com sete embarcações, sendo que duas sempre têm que parar para a docagem bi-anual, como agora. Ou seja, a população cresce e ele diminui.
Fala Marcus
Com a ressalva de que quatro (Ana Nery, Ivete Sangalo, Zumbi dos Palmares e Doryval Caymmi) foram comprados no segundo governo de Jaques Wagner, na única aquisição de barcos novos feita ao longo da história, ou o sistema recebe socorro ou pifa.
Com a palavra, Marcus Cavalcanti, secretário de Infraestrutura do Estado:
— Estamos avaliando. Comprar outro barco para operar apenas quatro anos é meio exótico. Podemos alugar um ou que alguém fabrique para nos alugar e depois fique.
Em suma, a pergunta fica esperando a resposta.
Levi Vasconcelos
Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.