sexta-feira, março 29, 2019

Nepotismo e clientelismo na administração pública




Gilda de Castro
Ácidas críticas têm coibido o nepotismo, recurso de autoridades para proporcionar a seus parentes ótimo emprego e montar uma engrenagem política em benefício próprio. Os obstáculos criados são conquista recente, mas há outra tática perversa para controlar o Estado, porque permanecem os princípios das relações de patronagem-clientelismo para que magistrados, parlamentares e governantes nomeiem ocupantes de inúmeros cargos de confiança no serviço público.
Esses postos de trabalho formam seara preferencial nos conchavos políticos, porque envolvem privilégios na hierarquia administrativa, trânsito com outros órgãos, controle de verbas, mordomias e gratificações especiais. O problema é imenso, porque os protegidos não se tornam servidores públicos, permanecendo como prepostos do patrono na máquina do Estado, sem elos objetivos para medir sua lealdade ao protetor.
Esses afilhados viram gestores de qualquer coisa, e a mobilidade pelos diversos cargos mostra que sua qualificação profissional não corresponde ao conhecimento técnico indispensável em cada departamento. Ou seja, mudam de função ou repartição ao sabor das negociações de seus patronos com outras autoridades para servir apenas àqueles que lhes garantiram um bom emprego.
DESMOTIVADOS
Entregando a direção de instituições a pessoas estranhas ao serviço público, retira-se dos funcionários de carreira, admitidos por concursos, a possibilidade de ocupá-los. Eles se sentem desmotivados para melhorar seu desempenho, porque não ascendem aos postos de comando em que estão o poder e os melhores salários. Acomodam-se, então, em sua função obscura para que ninguém os desaloje até a aposentadoria.
Esse preenchimento de cargos por indicação de patronos compromete a administração pública, porque a instabilidade na cúpula leva a um eterno recomeçar. Ela fica sem memória, pois não é possível criá-la quando chefes são substituídos a cada mandato e os funcionários permanentes nada podem decidir.
Assim, muitos projetos em execução são abandonados, porque a nova autoridade, especialmente quando não gosta do antecessor, ignora o que existia para viabilizar seus planos com os seus protegidos. Os agentes de antigos projetos são demitidos ou vão para outros cargos, sem transferir experiências para eliminar erros e manter acertos.
EQUIPES PERMANENTES
Essa tradição de nomear estranhos ao serviço público para cargos estratégicos impede a modernização do Estado, porque não se cria um corpo técnico cujos membros tenham compromissos com a instituição, e não com as pessoas a quem devem o emprego. A administração pública precisa superar a transitoriedade dos mandatos com a formação de equipes permanentes que construam bases sólidas para prestar serviços à sociedade porque se adaptam aos órgãos em que estão lotadas.
Cabe, então, concluir que o sistema de patronagem-clientelismo, sustentado na rede dos cargos de confiança ajustados à politicagem, é mais grave que o nepotismo.


Nota da redação deste Blog - Esta ´a triste realidade do denunciado NEPOTISMO CRÔNICO supostamente existente na Prefeitura de Jeremoabo, que não está prejudicando os vereadores da oposição que no cumprimento do seu dever e respaldado no Art. 37 da Constituição teve a coragem de denunciar tal prática nociva.
 Prejudicado são os jovens de Jeremoabo que não tem o direito de participar de um CONCURSO PUBLICO para ingressar de forma honesta no trabalho, e sim ficar escravizado e na dependência de ingressar no serviço público de maneira transitória e pelas portas dos fundos.

A desmotivação, o desinteresse, a falta de comprometimento, é um processo que tomou conta!"

O Estado virou mera ação entre amigos !!!"

Sinto asco desta pratica nojenta.

Para complementar esse meu pensamento, encerro transcrevendo um COMENTÁRIO postado no site Tribuna da Imprensa cujo teor é o seguinte:




Parcela mínima da sociedade tem conhecimento sobre o tema. Assim, os mais preparados, intelectual e espertamente, usufruem das benesses dos poderes.

Não é fato raro a troca de figurinhas.
Para mudar-se este quadro é preciso melhor a cultura e conhecimento do povo em geral.
E é ai que mora o problema. O povo acha que não precisa, que não tem como mudar ou que está bom assim. É melhor a filha de um juiz do que uma qualquer.
Povo tosco, políticos, legisladores e judiciário ordinário.
Tendo carro, carnaval, cerveja, sexo, drogas e rock in roll, para a maioria, está ótimo!
Cada vez que ouço alguém querendo/esperando que os larápios virem honestos, magicamente, me dá vontade de chutar a bunda deles. Talvez assim o cérebro pegue no tranco!
Se não mudar o povo, nada mudará!