terça-feira, fevereiro 26, 2019

Cabral admite propina em obra do metrô e cita Paes e Eike ao falar de repasses eleitorais


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Pezão substituiu Cabral em todos os sentidos, até nas propina
Deu em O Globo
Em novos trechos do depoimento prestado ao Ministério Público Federal, o ex-governador Sérgio Cabral admitiu cobrança de propina em obras como a Linha 4 do metrô e a reforma do Maracanã, além de citar o empresário Eike Batista e o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes , ao falar de repasses irregulares para campanhas eleitorais.
O ex-governador também confirmou que houve “várias vezes” entrega de dinheiro de propina dentro do Palácio Guanabara, ao então vice-governador Luiz Fernando Pezão e ao ex-secretário da Casa Civil Régis Fichtner.
ACERTO NO METRÔ – Cabral admitiu que a escolha do consórcio vencedor da licitação da linha 4 do metrô foi fruto de acerto com pagamento de propina por quase todas as empresas envolvidas.
“Se nós não tivéssemos feito o acordo, podia ser mais barato. Podia ser mais barato, se o jogo não fosse combinado”, admitiu o ex-governador, acrescentando que pagaram propina as empresas Odebrecht, Queiroz Galvão, Cowan e Carioca Engenharia. Segundo ele, apenas uma das empresas do consórcio, cujo nome ele não soube informar, não pagou nada ao esquema.
O ex-governador diz ter sido responsável por destinar cerca de R$ 80 milhões para a campanha de Eduardo Paes, em 2008, quando ele se elegeu prefeito pela primeira vez. “Em 2008 teve muito dinheiro para o Eduardo Paes, essa é uma outra história, e que eu cuidei de… O Eduardo Paes deve ter tido mais ou menos R$ 80 milhões viabilizados por mim para a campanha dele em 2008”, afirmou Cabral.
EIKE BATISTA – O ex-governador diz ter recebido de Eike Batista US$ 16 milhões, durante período de campanha eleitoral, mas negou ter oferecido algo em troca ao empresário. No entanto, Cabral acusa o ex-secretário Régis Fichtner de ter ganhado muito dinheiro, por meio de seu escritório, para beneficiar Eike e a empresa EBX, responsável pela construção do Porto do Açu, no norte fluminense.
“Foi durante a campanha eleitoral. Não teve nada. Isso que eu queria dizer, nunca houve assim, o Eike, toma lá dá cá. Onde houve mais toma lá dá cá, e aí eu vou chegar ao Régis, foi com o escritório do Régis. Porto do Açu e as questões do Eike Batista. O escritório do Régis ganhou muito dinheiro, não sei te precisar, mas posso te dizer mais de uma dezena de milhões de reais com a EBX”, declarou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Em nota enviada à TV Globo, a defesa de Eduardo Paes alega que as contas da campanha de 2008 foram devidamente aprovadas pela Justiça Eleitoral. Diz a nota que Cabral inocentou Paes, ao dizer que ele nunca levou propina. Realmente, o ex-governador disse isso, mas se referia às obras estaduais, sem ter mencionado se Paes recebia ou não propinas pelas obras municipais, que eram tocadas pela Prefeitura do Rio. (C.N.)