segunda-feira, fevereiro 04, 2019

A grande diferença entre Brasil e EUA é a nossa Justiça seletiva e apodrecida


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Tiras do Armandinho (criação: Alexandre Beck)
Carlos Newton
O comentarista José Roberto Silveira nos remete um texto que faz muito sucesso na internet. É um artigo de Raphael Guimarães Andrade, ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, egresso das fileiras do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).  Já publicamos este artigo aqui na “Tribuna da Internet”, no ano passado, quando nos foi enviado pelo comentarista José Antonio Perez, mas o texto é tão oportuno e atual que vale a pena ler de novo;
 ###A JUSTIÇA CARCOMIDA É O PIOR CÂNCER DE UMA SOCIEDADERaphael Guimarães Andrade
Em 1971, ganhei uma bolsa para estudar no USA. Foi um seminário sobre desenvolvimento econômico na Harvard University. Em um encontro com um professor, eu propus uma simples pergunta a ele. Qual o principal fator – citando apenas um – para explicar a diferença do desenvolvimento americano e brasileiro ao longo de 500 anos de descobrimento de ambos os países?
O então mestre sentenciou sem titubear: a Justiça. Explicou ele em poucas palavras: A sociedade só existe e se desenvolve fundamentada em suas leis e sua igualitária execução. A Justiça é o solo onde se edifica uma nação e sua cidadania. Se pétrea, permitirá o soerguimento de grandes nações. Se pantanosa, nada de grande poderá ser construído.
Passados quase 50 anos deste aprendizado, a explicação continua cristalina e sólida como um diamante. Sem lei e Justiça, não haverá uma grande nação. Do pântano florescerão os “direitos adquiridos”, a impunidade para os poderosos. Daí se multiplicarão as ervas daninhas da corrupção, que por sua vez sugarão a seiva vital que deveria alimentar todas as folhas que compõem a sociedade.
DESIGUALDADE – Como resultado se abrirá o abismo da desigualdade. Este abismo gerará violência e tensão social. Neste ambiente de pura selvageria, os mais fortes esmagarão os mais fracos. O resultado final: o pântano se tornará praticamente inabitável. As riquezas fugirão sob as barbas gosmentas da Justiça paquiderme para outras nações. Os mais capazes renunciarão à cidadania em busca de terras onde a Justiça garanta o mínimo desejado: que a lei seja igual para todos.
Este é o fato presente e a verdade inegável do pântano chamado Brasil. Minha geração foi se esgotando na idiota discussão entre esquerda e direita. E ainda continua imbecilizada na disputa entre “nós e eles”, criada pelo inculto Lula e o séquito lulista. Não enxergaram um palmo na frente do nariz da essência da democracia. Foram comprados com pixulecos, carros, sítios e apartamentos.
Não sei quantos jovens lerão este texto e terão capacidade de interpretar e aprofundar a discussão. Aos meus quase 70 anos, faço o que está ao meu pequeno alcance.