Willy Sandoval
Acompanho com atenção essa polêmica envolve;ndo o projeto “Escola Sem Partido”. Recentemente, o jornalista Merval Pereira, de O Globo, afirmou que fazer comissões dentro de salas de aula para investigar posturas de professores e alunos é um absurdo, inaceitável. A seu ver, certamente a idéia será barrada não apenas pela opinião pública que, mesmo minoritária se for o caso, tem capacidade de obstruir medidas abusivas, como também por reação dos professores e alunos.
Mais interessante ainda foi uma entrevista dada por Olavo de Carvalho a uma repórter do Estado de São Paulo:
Sobre o “Escola Sem Partido”, o senhor critica que isso seja encampado como mudança legislativa. O que defende então?
O Escola Sem Partido se tornou objeto de discussão e o problema do qual ele trata sumiu da discussão. O problema é a dominação que os comunistas exercem na educação brasileira, dominação tirânica, onipresente, que proíbe qualquer objeção e esconde as ideias do opositor. Esconde mesmo. Qual o primeiro ponto? Reunir as provas e escrever um trabalho científico a respeito. Não começar propondo um projeto de lei absolutamente ridículo. Os fundadores do Escola Sem Partido são meus amigos, pessoas pelas quais tenho muito respeito e carinho, mas é preciso ser um amador para tentar vencer uma guerra cultural com um projeto de lei. Uma guerra cultural se vence no campo cultural: chamando os caras para a briga, demonstrando que são uns bananas, uns coitados, calando a boca deles com argumento. Você conhece um tal de Dicionário Crítico do Pensamento de Direita? Eu escrevi um artigo a respeito. Os caras se propõem a apresentar um pensamento da direita. Quando você vai ler o dicionário, todos os pensadores importantes da direita estão ausentes e no lugar deles colocaram meia dúzia de nazistas absolutamente alucinados. Eles escondem as ideias do adversário e ainda colocam falsificação no lugar delas. É uma obra coletiva feita por 104 professores universitários subsidiados com dinheiro público. Para mim, todos esses são estelionatários. Para que você precisa de um projeto de lei para aplicar a lei existente? Claro que isso é um estelionato. Está enganado a pessoa. Está prometendo uma coisa e dando outra. Mas isso foi em 2000. Imagina o quanto essa dominação comunista se ampliou nesses anos. E na mídia inclusive, na mídia aumentou muito, muito, muito. A mídia se tornou absolutamente intolerante com qualquer coisa que não venha da esquerda. E você mesma é testemunha disso. Você vê o que estão falando do Ernesto Araújo, do Bolsonaro. A hipótese de um governo de direita é inaceitável.
PARALELOS – Observem como há pararelos entre os dois textos, um do Merval Pereira outro do Olavo de Carvalho. Tenho que reconhecer que nunca li um livro do Olavo, só alguns textos esparsos. Mas alguns pontos ele é claríssimo. Por exemplo, diz que a guerra cultural não vai ser ganha através de leis ou de comitês em cada faculdade ou em cada escola, será ganha com o mais amplo debate de ideias e naturalmente ele acredita que suas ideias vencem com facilidade o marxismo e o esquerdismo cultural que praticamente viraram monopólio nas universidades e nas redações da grande mídia.
Gostaria muito de ver um debate aberto entre Olavo de carvalho e quem defenda um pensamento oposto. Mas tal como a fujona Marcia Tiburi fugiu de um debate com Kim Kataguiri, a maioria esmagadora de nossa “intelligentsia” de esquerda foge como o diabo da cruz de um debate com Olavo de Carvalho!
Assim que for possível vou procurar ler mais o que ele escreve. Apreciaria muito saber o que pensam outros leitores dessa “Tribuna” sobre isso