quarta-feira, dezembro 05, 2018

Guedes “esnobou” a força-tarefa e ia viajar sem ter pedido para adiar o depoimento


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Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)
Carlos Newton
Reportagem de Mariana Oliveira, da TV Globo Brasília, divulgada nesta terça-feira pelo site G1, mostra que o economista Paulo Guedes, futuro ministro da Economia, deu uma “esnobada” nos procuradores, auditores e delegados federais da Operação Greenfield e ia viajar para Europa sem ter pedido para o adiar seu depoimento à força-tarefa, marcado para esta quarta-feira,  dia 5, depois de já ter sido adiado no dia 6 de novembro.
Guedes ia viajar no final de semana para a Espanha e outros países da Europa, a pretexto de participar de eventos para anunciar as reformas a serem feitas pelo governo Bolsonaro, que ainda nem foram decididas. Mas não conseguiu viajar devido a uma infecção respiratória. E somente nesta terça-feira, depois da matéria publicada aqui na “Tribuna da Internet”, é que seus advogados comunicaram à força-tarefa a necessidade de adiar o interrogatório.
FUNDOS DE PENSÃO – Paulo Guedes é alvo de um inquérito que apura prejuízos a fundos de pensão. Segundo uma auditoria feita pela Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), quatro fundos (Previ, Petros, Funcef e Postalis), aplicaram em dois fundos de investimento administrados diretamente por Paulo Guedes e  em uma empresa por ele presidida, e teriam perdido R$ 200 milhões.
Quando o inquérito foi aberto, a defesa de Paulo Guedes afirmou que a investigação se baseia em um relatório “fragilíssimo”, que tratou de apenas um entre quatro investimentos realizados, omitindo o lucro “considerável” que o fundo teria propiciado aos investidores, com perspectiva de ganhos de mais de 50% do valor investido.
As investigações prosseguiram, a alegação da defesa não se confirmou e a força-tarefa insiste em interrogar Paulo Guedes. Como ele diz ser inocente e vai comandar a economia nacional, sua obrigação seria se apresentar o quanto antes e resolver logo o assunto, mas não é isso que se constata.
BOLSONARO – No último domingo, o presidente eleito Jair Bolsonaro disse que ainda não tinha sido informado sobre o inquérito de Guedes. Instado pelos jornalistas, reafirmou que se a denúncia tiver “robustez”, não terá dúvidas e afastará qualquer ministro envolvido em irregularidades.
Embora a imprensa esteja tratando o assunto com “luvas de pelica”, como se dizia antigamente, o fato é que a acusação é grave, porque Paulo Guedes investiu o dinheiros dos empregados das estatais em uma empresa que ele próprio presidia – a HSM Educacional S/A, vejam a que ponto as coisas chegam aqui no Brasil.
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P.S.
 – Na situação em que a política brasileira se encontra, toda pessoa que ocupa cargo público deveria ser igual à mulher de César. que não precisava apenas ser honesta, mas tinha também de parecer que era honesta. O presidente Bolsonaro devia aproveitar a chance e se livrar logo de Guedes. Um ministro da Economia que já foi banqueiro e se curva ao Deus Dinheiro deveria ser considerado um estranho no ninho, porque é sempre suspeito de estar à venda, como se fosse um produto qualquer na loja de conveniências do Posto Ipiranga mais próximo. (C.N.)