segunda-feira, dezembro 21, 2015

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015


A análise de Cesar Maia - Saiba quem ganhou com a decisão do STF sobre o impeachment


Em relação ao fator tempo, que separava as táticas do governo e da oposição, venceu a oposição. E mais. Agora é a oposição que administra o fator tempo. Haverá recesso e depois disso os esclarecimentos necessários a serem solicitados ao STF, na medida em que a decisão veio na forma de ata e não por dispositivo. E mais ainda. A oposição tem a convicção de que conta com mais votos que o governo, mesmo que em proporção menor que na recente eleição da comissão do impeachment. Se for assim, após a eleição que o NÃO venceria o SIM, será inevitável recorrer ao STF para saber qual o desdobramento. E, simultaneamente, negociar uma composição da comissão do impeachment que interesse a oposição na Câmara de Deputados. Outra vez o tempo será administrado pela oposição. A oposição é composta por dois vetores em relação ao impeachment. Um deles que busca o impeachment de Dilma entendendo que com ela o país é ingovernável. Outra que acha que a probabilidade de que o impeachment não se consuma é muito grande e, assim, o fundamental é alargar ao máximo o tempo em que o processo de impeachment ocorrerá. Simultaneamente, as condições econômicas vão se deteriorando e o desgaste de Dilma será terminal, construindo um quadro de sucessão inevitável, seja por decisão do TSE em relação à candidatura, seja por pedido de licença de Dilma, seja por renúncia. Nesse sentido, esse segundo vetor da oposição comemorou a decisão do STF: agora quem comanda o tempo é a oposição, que vai empurrar o processo, no mínimo, para abril. E o governo sem autoridade, com uma nuvem carregada na sua cabeça com relâmpagos contínuos. Nesse ínterim, os fatores econômico, político e social estarão descendo ladeira abaixo. Se esses fatores são suficientes para a troca de governo num sistema parlamentarista, num sistema presidencialista, constroem um impedimento de fato e uma solução necessária até por iniciativa da presidente, que não terá como resistir às pressões e a profundidade da crise


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