A declaração do vice-presidente Michel Temer, que é um constitucionalista, reconhecendo a gravidade da crise e dizendo que é preciso "alguém que tenha a capacidade de reunificar a todos" é o atestado de óbito desse governo. É determinante agora convocar novas eleições. Estamos em uma democracia e esse "alguém" não pode sair de conchavos de cúpulas político-partidárias ungido como salvador da pátria. Temer sabe bem que a única forma de reunificar é pelas urnas, ou não haverá credibilidade para nos tirar dessa crise. Por isso defendo novas eleições.
Inúmeros brasileiros vivem uma ficção. Eles acreditam que, derrubado o governo de Dilma Rousseff, o destino voltará a sorrir. E que a corrupção é o mal maior, de exclusiva marca petista. E que a Operação Lava Jato é a versão melhorada da Mãos Limpas italiana. E que foram finalmente desnudados os pecados de Lula, entre outros, o de ter feito lobby no exterior a favor de empresas brasileiras. Suponho, aliás, que o rei da Suécia deva perder a coroa por ter feito lobby dos caças enfim adquiridos pelo Brasil.
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