domingo, março 08, 2015



A abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, neste momento, pode ser politicamente tentadora, mas será certamente inoportuna, diante dos imensos obstáculos regimentais e partidários que a ela se oporão. Mesmo assim, dezenas de milhares de pessoas, mobilizadas por meio de redes sociais, prometem sair às ruas em todo o Brasil, no próximo dia 15, para exigir que Dilma seja impedida de continuar no cargo.

O efeito imediato das manifestações tal como programadas, se elas realmente tiverem a dimensão que prometem, será o acirramento dos ânimos e a radicalização.


Tribuna da Internet

Com o prestativo serviço prestado ao Planalto, ao interpretar a Constituição para considerar que a presidente Dilma Rousseff seria inimputável (a expressão jurídica é esta), porque seus malfeitos foram cometidos no mandato anterior, o criativo procurador-geral da República Rodrigo Janot poderia até ser considerado favorito para ocupar a vaga do ministro Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal.

Mas as aparências enganam.


De início fadada a cumprir tabela, para usar um jargão futebolístico, a CPI da Petrobrás ganha importância diante da perspectiva de um curso mais longo do que o projetado para o processo dos 34 parlamentares que responderão a inquérito no Supremo Tribunal Federal.

Tinha-se a ideia de que esses parlamentares, na sua maioria, fossem já denunciados pela Procuradoria-Geral da República e não alvo de inquéritos.


É sob o impacto da "lista do Janot" e do zunzum crescente de uma "conversa de estadistas" entre Lula e Fernando Henrique que a presidente Dilma Rousseff faz hoje um pronunciamento no rádio e na TV. Para dizer o quê?

Dilma não é de fazer mea culpa, nem caprichou na maquiagem só para falar de flores, mostrar os efeitos da dieta Ravenna e saudar o Dia Internacional da Mulher. Muito menos para falar da meia centena de políticos da lista, que pega de jeito sua base de apoio.


Inflação rima com petrolão e isso é muito mais, neste momento, que uma coincidência fonética. O desarranjo dos preços, a bagunça fiscal e o saque da Petrobrás são consequências de um estilo de política. Em fevereiro, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 7,7%, a maior taxa desde maio de 2005. Para explicar esse dado é preciso ir além da teoria econômica e ver como o poder é exercido no Brasil.


Diário do Poder

Não pode restar, nem mesmo nos cérebros mais lavados da mais renhida esquerda brasileira, a dúvida de que Dilma e Lula são “serial killers” da alma, do coração, da autoestima brasileiras. Nesta etapa, depois da primeira lista, do aperitivo que nos serviu Sérgio Moro e Rodrigo Janot, não fica mais pedra sobre pedra no que diz respeito ao comando deste vilipêndio cometido pelos dois presidentes petistas, Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff.


justo-me a mim, não ao mundo. Anaïs Nin

Não se nasce mulher: torna-se. Simone de Beauvoir

No início só havia a descrença, as barreiras morais e sociais, as regras invisíveis. Veio uma e rompeu ali, outra, aqui, e aquela lá longe, acolá. Veio outra e fez com o que amor que algum homem lhe dedicava se transformasse em motor da história e do desenvolvimento apenas para lhe agradar, e mais uma, que se escondeu apresentando-se como homem, disfarçada, para penetrar nalgum proibido.


Vinicius Torres Freire

O dólar a R$ 3 parece caro. Esse pico recente causa certa vertigem. Ouve-se que o dólar voltou ao valor "mais alto em dez anos". De resto, a moeda americana virou o ano a R$ 2,65. No início de 2015, o preço previsto pelo "mercado" para o final do ano era R$ 2,80.

As aparências enganam. O dólar ainda está barato.


RIO DE JANEIRO - O marechal Göring, segunda autoridade do regime nazista, tendo como único superior o próprio Hitler, era um sibarita. Herói da Primeira Guerra Mundial, o melhor piloto da Alemanha foi considerado um "príncipe da Renascença", roubava as obras de arte dos muitos países invadidos, tornando-se em pouco tempo um dos homens mais ricos do mundo.


Na cultura e na tradição gaúcha, existem dois eventos que são muito comemorados nas estâncias (fazendas): a marcação e a castração do gado. No primeiro, o ferro em brasa com as iniciais do dono do rebanho queima o couro da rês para que todos saibam a quem ela pertence. No segundo, retiram-se os culhões dos touros, que passam a ser chamados de bois, com o objetivo de torná-los mais mansos e de engorda mais rápida, preparando-os para o abate.


Fala-se, agora, que a presidente Dilma proporá “pacto político” que evite “o agravamento da crise econômica”. A informação, dada por Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo, reflete bem este país de assaltantes dos cofres públicos, dirigido por quadrilhas organizadas que se revezam com maestria no poder. Os aristocratas da corte, arquimilionários do dinheiro público, sempre que a situação emite sinais de sair do controle buscam acomodar problemas para continuarem se locupletando.


Espero que o leitor me desculpe por voltar com frequência às questões relacionadas ao governo federal e, inevitavelmente, com a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT.

Isso é, porém, inevitável, uma vez que o país vive um momento crítico, que se agrava a cada dia, enquanto os principais responsáveis pela crise insistem em se fazer de vítimas. Vítimas de uma conspiração inexistente, inventada por eles.


A chocante morte do universitário Humberto Moura, mineiro que estudava Engenharia Elétrica no interior de São Paulo e sofreu coma alcoólico após tomar mais de 30 doses de vodca em uma festa “open bar” no fim de fevereiro, levantou diversas questões.


Quando o dono da vaca dá insensatamente mais importância à saúde dos carrapatos do que à da produtora de leite, depois de dificuldades crescentes, matará o animal, e ele quebrará. O problema do Brasil está nisso. Qualquer medida é tomada pelos carrapatos que controlam o poder em favor deles, infestam o animal sugando-lhe o sangue e impossibilitando a sua principal função.

Uma economia sólida, sustentável e imune a crises é aquela que cuida da vaca.


Os nacionalistas, ultimamente, esboçam um leve sorriso por assistirem a uma série de tropeços por parte do PT e do Executivo, que enfrentam contratempos na sua costumeira má gestão da economia e modestas reações no âmbito do Congresso.

Assim, dois dos principais poderes do Brasil, o terceiro e o segundo tropeçam; contudo, nada que os abale e a impunidade não resolva.


O bate-boca entre o presidente da nova CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PA) e o parlamentar Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) - com direito a expressões como “moleque”, e estocadas do tipo “da terra de onde venho, homem não me grita”-, abre o ciclo de acirramento de ânimos no Parlamento, mostrando que esta modalidade de investigação ditará a pauta nos próximos tempos.

A Comissão Parlamentar de Inquérito, objeto do art.


Quem se interpôs entre a presidente Dilma e a sua vontade férrea de fazer a hidrelétrica de Belo Monte perdeu o cargo ou ficou falando sozinho. Para que saísse a licença ambiental, foram despachadas ordens diretas do Palácio do Planalto. Ponderações dos técnicos foram ignoradas. O Ibama foi atropelado. Relatórios de especialistas do próprio governo foram deixados de lado.

O debate em torno da hidroelétrica mais controversa do país foi silenciado porque o governo não quis ouvir ninguém.


Os documentos enviados ao ministro Teori Zavascki pelo Procurador-Geral da República Rodrigo Janot deixam bastante claro que as aberturas de inquérito pedidas, assim como os arquivamentos, se referem à delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, indicado pelo PP, e do doleiro Alberto Yousseff. Por isso o centro da investigação atual são as ligações do PP com os demais membros da aliança governista, e até mesmo em outros partidos.


Pronto. A tão esperada lista dos políticos envolvidos na roubalheira da Petrobras veio a público na noite de sexta-feira. Com algumas estranhezas, como a fartura de 32 integrantes do PP, a relação, de imediato, pouco mexeu na acelerada pulsação do Congresso. Mas a taquicardia por lá, e também no Planalto, continuará fora de controle. Até porque com mais gente na mira abrem-se fartas possibilidades de traições e novas trincheiras para se percorrer a trilha da dinheirama.


Qualquer lista sem Renan Calheiros e Eduardo Cunha será uma coroa sem brilhantes. Por mais que esse tipo de revelação estimule sentimentos e satisfações, listas sem provas valem nada. O processo dos marqueses do foro especial será confuso e demorado. Já o do juiz Sergio Moro, em Curitiba, será rápido e até simples. Nele há quinze cidadãos colaborando com a Viúva na exposição das propinas passadas por empreiteiras a burocratas e políticos. Essa ponta da questão parece elucidada.


O Congresso não será mais o mesmo, se é que desde sua instalação em fevereiro  foi  alguma coisa. Não haverá como o Legislativo manter-se ativo e respeitado enquanto não for julgado o último dos 49 políticos integrantes da lista do procurador Rodrigo Janot,  além, é claro,  de outros que possam ser incluídos a partir de agora.


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net

Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O armageddon tupiniquim está decretado. O PMDB declarou uma guerra total, aniquiladora, contra seu comparsa PT e o seu pretenso opositor PSDB. Nesta batalha política de todos contra todos, na hora do juízo final, pode não sobrar nenhum com força suficiente para continuar na hegemonia do governo do crime organizado. As consequências deste impasse institucional são imprevisíveis.


A lista dos 34 parlamentares que responderão a inquéritos no Supremo instalou uma sombra de proporções inéditas sobre o Congresso. Agora a história dos escândalos terá que ser dividida entre antes e depois do petrolão.

Pela primeira vez, o mesmo caso de corrupção atinge os presidentes das duas casas legislativas, ambos eleitos pelo PMDB. Também envolve líderes do PT, que governa o país há 12 anos, e um senador do PSDB, o principal partido de oposição.


Tribuna da Internet

O ministro José Eduardo Cardoso, que estava fugindo da imprensa desde o escândalo de suas “conversações” com advogados de empreiteiras, subitamente voltou à cena e convocou entrevista coletiva em pleno fim de semana, para se jactar da divulgação da lista de envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras.


A falta de limites tem sido empecilho para avanços importantes no país. Na quinta-feira, a Via Campesina e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) perderam, mais uma vez, a noção de medida. Integrantes dos dois movimentos interromperam reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que, em Brasília, avaliava pedido de liberação da produção de eucalipto transgênico.


Sente o cheiro empesteante de sangue no ar? Consegue ouvir os gritos de socorro, o barulho dos tapas? Ouve as ameaças, os insultos, os palavrões, as acusações, os xingamentos? Ouve o choramingo da criança pedindo, desesperada, Pare! Pare! – e as portas batendo, o som abafado dos tiros? Consegue reconhecer esse outro som oco, o estocar da faca cortando, entrando, furando, esbugalhando? Não tampe mais os ouvidos, não feche mais os olhos. Nesses poucos segundos uma mulher poderá ser assassinada.


Outro dia, diante da notícia de que o governo estaria interessado em abrir o capital da Caixa, não pude conter a gargalhada. “Não é possível”, pensei. “Eles devem estar brincando.” Mas não. Era para valer.

Por mais absurdo que pareça, o governo está mesmo interessado em vender parte de sua participação na instituição, para conseguir um dinheiro extra para cobrir o rombo nas finanças públicas e, se possível, tocar algum projeto mirabolante idealizado nos gabinetes de Brasília.


Ela perdeu muito peso em poucos meses. Na balança do corpo, perdeu 15 quilos, desde novembro, graças a uma dieta argentina. Na balança do poder, Dilma Rousseff perdeu parte do apoio de seu principal aliado, o PMDB, e a confiança do país. Hoje, ela é uma mulher bem mais magra e uma presidente bem mais fraca.

Está emparedada pelo Congresso, que se amotina por causas nobres e motivos espúrios.


A CPI da Petrobrás recém-instalada na Câmara dos Deputados é uma excelente oportunidade para os representantes do povo se redimirem do vexaminoso desempenho das duas comissões de inquérito formadas no ano passado com o mesmo objetivo e que terminaram em pizza.


A indignação em vista do descalabro moral e gerencial do governo veio à tona com a elevada rejeição da presidente. Fala-se cada vez mais em impeachment, cassação do seu mandato pelas vias legais.


Nos conflitos da humanidade, a pior e mais sangrenta guerra é a entre irmãos. Ela deixa marcas indeléveis que impactam a população dos países onde ocorre. A Guerra da Secessão, nos Estados Unidos, e a Guerra Civil Espanhola bem demonstram os reflexos desses conflitos até os nossos dias. Em nosso país as lutas fratricidas das décadas de 1960 e 1970 deixaram sequelas que impedem uma efetiva reconciliação e ainda perturbam o atual cenário político.


A chegada ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, da lista de implicados no escândalo do petrolão, feita pelo procurador-geral Rodrigo Janot, serve de marco zero na tramitação de um processo com semelhanças e diferenças em relação ao do mensalão. Entre os pontos em comum está a capacidade de o caso mexer com a vida política e administrativa do país.


"Nós dois lemos a Bíblia dia e noite, mas tu lês negro onde eu leio branco". Joaquim Levy deveria tomar emprestada a frase de William Blake para sintetizar suas relações com o antecessor, Guido Mantega. Os evangelhos da Igreja da Expansão Fiscal, de Mantega, dizem que o desenvolvimento nasce do endividamento público. Já os evangelhos da Igreja da Ortodoxia Fiscal, de Levy, asseguram que, pelo contrário, o desenvolvimento emana do equilíbrio das contas públicas.

Fonte: http://horaciocb.blogspot.com.br/
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