quinta-feira, novembro 24, 2011

Perfis dos corruptos

Perfis dos corruptos

Melífluo, o corrupto é cheio de dedos, encosta-se nos honestos para se lhe aproveitar a sombra, trata os subalternos com uma dureza que o faz parecer o mais íntegro dos seres humanos

16 do 11 de 2011 às 11:22

Manifestações públicas em várias cidades exigem o fim do voto secreto no Congresso, o direito de o Conselho Nacional de Justiça investigar e punir juízes, a vigência da Ficha Limpa nas eleições de 2012 e o combate à corrupção na política.

Por que há tanta corrupção no Brasil? Temos leis, sistema judiciário, polícias e mídia atenta. Prevalece, entretanto, a impunidade -a mãe dos corruptos. Você conhece um notório corrupto brasileiro? Foi processado e está na cadeia?

O corrupto não se admite como tal. Esperto, age movido pela ambição de dinheiro. Não é propriamente um ladrão. Antes, trata-se de um requintado chantagista, desses de conversa frouxa, sorriso amável, salamaleques gentis. Anzol sem isca, peixe não belisca.

O corrupto não se expõe; extorque. Considera a comissão um direito; a porcentagem, pagamento por serviços; o desvio, forma de apropriar-se do que lhe pertence; o caixa dois, investimento eleitoral. Bobos aqueles que fazem tráfico de influência sem tirar proveito.

Há vários tipos de corruptos. O corrupto oficial se vale da função pública para extrair vantagens a si, à família e aos amigos. Troca a placa do carro, embarca a mulher com passagem custeada pelo erário, usa cartão de crédito debitável no orçamento do Estado, faz gastos e obriga o contribuinte a pagar.

Considera natural o superfaturamento, a ausência de licitação, a concorrência com cartas marcadas. Sua lógica é corrupta: "Se não aproveito, outro sai no lucro em meu lugar". Seu único temor é ser apanhado em flagrante. Não se envergonha de se olhar no espelho, apenas teme ver o nome estampado nos jornais e a cara na TV.

O corrupto não tem escrúpulo em dar ou receber caixas de uísque no Natal, presentes caros de fornecedores ou patrocinar férias de juízes. Afrouxam-no com agrados e, assim, ele relaxa a burocracia que retém as verbas públicas.

Há o corrupto privado. Jamais menciona quantias, tão somente insinua. É o rei da metáfora.

Nunca é direto. Fala em circunlóquios, seguro de que o interlocutor sabe ler nas entrelinhas.

O corrupto "franciscano" pratica o toma lá, dá cá. Seu lema: "quem não chora, não mama".

Não ostenta riquezas, não viaja ao exterior, faz-se de pobretão para melhor encobrir a maracutaia. É o primeiro a se indignar quando o assunto é a corrupção.

O corrupto exibido gasta o que não ganha, constrói mansões, enche o pasto de bois, convencido de que puxa-saquismo é amizade e sorriso cúmplice, cegueira.

O corrupto cúmplice assiste ao vídeo da deputada embolsando propina escusa e ainda finge não acreditar no que vê. E a absolve para, mais tarde, ser também absolvido.

O corrupto previdente fica de olho na Copa do Mundo, em 2014, e na Olimpíada do Rio, em 2016. Sabe que os Jogos Pan-Americanos no Rio, em 2007, orçados em R$ 800 milhões, consumiram R$ 4 bilhões.

O corrupto não sorri, agrada; não cumprimenta, estende a mão; não elogia, incensa; não possui valores, apenas saldo bancário. De tal modo se corrompe que nem mais percebe que é um corrupto. Julga-se um negocista bem-sucedido.

Melífluo, o corrupto é cheio de dedos, encosta-se nos honestos para se lhe aproveitar a sombra, trata os subalternos com uma dureza que o faz parecer o mais íntegro dos seres humanos.
Enquanto os corruptos brasileiros não vão para a cadeia, ao menos nós, eleitores, ano que vem podemos impedi-los de serem eleitos para funções públicas.

*CARLOS ALBERTO LIBÂNIO CHRISTO,* o Frei Betto, frade dominicano, é escritor, assessor de movimentos sociais e autor do romance "Minas do Ouro" (Rocco), entre outros livros.


Seis vereadores rejeitam proposta do Executivo

Agência de Notícias de Paulo Afonso (ANPA) - Washington Luís – DRT/BA Nº 4.109
Arquivo

Para o líder da bancada governista, Antônio Alexandre, problemas pessoais entre os Vereadores da oposição e o Secretário de Saúde motivaram a rejeição ao Projeto, que segundo ele, não trazia benefícios para a Prefeitura, mas tinha o objetivo manter em dia o pagamento dos fornecedores e a folha de pagamento dos servidores lotados na Secretaria de Saúde.

Apesar das explicações da Secretária de Planejamento, Patrícia Alcântara, o Projeto de Lei nº 038/2011, de autoria do Chefe do Executivo Municipal, que se aprovado autorizava o Pode Executivo proceder ao orçamento fiscal e da Seguridade Social do município de Paulo Afonso, para o exercício financeiro de 2011, a abertura de crédito adicional especial no valor de R$ 2.400.000,00 (Dois Milhões e Quatrocentos Mil Reais), em última discussão no Plenário da Câmara de Vereadores, nesta quinta feira (24/11), foi rejeitado pela bancada de oposição, sob a alegação de que as justificativas apresentadas pela Secretária não convenceram a Comissão de Saúde, o que segundo os sete Vereadores da bancada, a necessidade de transferência de orçamento de outras Secretarias não ficou totalmente esclarecida.

Foram contrários ao documento: Celso Brito Miranda, José Gilson Fernandes, Daniel Luiz, Aroldo Ferreira, Edson Oliveira Maciel e Osildo Alves. Favoráveis, votaram Antonio Alexandre Juvenal Teixeira, Petrônio Nogueira e Marcondes Francisco dos Santos.

Para o líder da bancada governista, Antônio Alexandre (DEM), o que motivou a rejeição foram os problemas de ordem pessoal que existem entre os Vereadores e o Secretário de Saúde, Luiz Aureliano: -"O Presidente da Câmara na verdade está se comportando como Presidente de sua bancada e não tem a menor condição de conduzir os trabalhos legislativos de forma ética; como é que ele induz os Vereadores a votar quatro ou cinco vezes em um mesmo Projeto, provocando a rejeição? Além disso um Projeto dessa natureza, que se destina a pagar folha de funcionários e manter em dia os pagamentos dos fornecedores não tem nada de anormal, porque não beneficia a Prefeitura, mas sim as pessoas que dependem desse dinheiro. Mas como na gestão passada os atrasos eram constantes, eles querem que nós achemos tudo isso normal, e não é. Nós não podemos aceitar esse comportamento ante ético do Presidente, que queria tanto pegar a presidência e agora está fazendo um festival de bobagens na Câmara", desabafou Antônio Alexandre.

Fonte: BOB CHARLES