Carlos Newton
No meio da confusão que reina na política nacional, vem passando despercebida a tentativa de divisão territorial do Pará. Caso venha a ocorrer, resultará no aparecimento de dois Estados economicamente frágeis e na sobrevivência de um terceiro Estado extremamente debilitado.
Em termos territoriais, o remanescente do Pará, incluindo a parte onde fica a capital, Belém, terá sua área limitada a 214 mil quilômetros quadrados, o equivalente a apenas 18% do seu território atual. O novo Estado do Tapajós ficará com 58% do que é hoje o Pará, ou seja, 736 mil quilômetros quadrados. E o novo Estado de Carajás terá 24%, com 296 mil quilômetros quadrados.
Os adversários da divisão afirmam que uma assimétrica distribuição das riquezas torna a divisão também complicada do ponto de vista econômico e social. O remanescente do Pará, por exemplo, com sua área territorial reduzida a pouco mais de um sexto do que é hoje, vai abrigar o maior número de municípios. Ao todo serão 78, vários deles de ínfima expressão econômica e dotados de capacidade zero de investimento. A sobrevivência desses municípios estará integralmente condicionada às transferências de recursos constitucionais, ou seja, estarão praticamente condenados à pobreza eterna.
Para evitar essa inusitada e estranha divisão do Pará, circula na internet o seguinte apelo:
“Pessoal,
Se há uma briga que nós, aqui da internet, temos condições de “comprar”, é esta contra o absurdo da tentativa canalha desses políticos! Criar mais três estados? Para roubar mais? Gastar mais? Empobrecer mais o povo?
Vamos repassar, escrever para Deus e o mundo, ventilar esse assunto! Vejam que eles nada falam sobre isso. O interesse dos saqueadores é que o projeto aprovado com o mínimo de publicidade. Depois? Pouco importa.
Peço a todos vocês, meus amigos, filhos, sobrinhos… que ajudem, que
empunhem esta bandeira. Assinem e divulguem.
As coisas só estão piorando, sob olhares desinteressados do povo inculto e da juventude alienada!
Precisamos fazer alguma coisa. Então vamos todos assinar a petição abaixo.”
http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N9559
Fonte: Tribuna da Imprensa