sexta-feira, abril 22, 2011

Nos jornais: Lula diz que PT governará por 20 anos

Folha de S. Paulo

Lula diz que PT governará por 20 anos

O ex-presidente Lula afirmou ontem que o PSDB passa por uma "crise de identidade" e que o PT governará o país durante 20 anos. Para que a previsão se confirme, a sigla teria que vencer as disputas presidenciais de 2014 e 2018, acumulando cinco vitórias seguidas desde a sua eleição, em 2002. A afirmação foi feita em entrevista à TVT (TV do Trabalhador), que pertence ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde Lula começou sua carreira política. "Quando o Fernando Henrique [Cardoso] ganhou as eleições em 1994, eles projetaram 20 anos de governança do PSDB, e o que vai acontecer é que teremos 20 anos de governança do PT", disse.
"Eles não se conformam é que o PT vai ter o tempo necessário para mudar definitivamente a cara do Brasil", emendou o ex-presidente. Lula ironizou a profecia do tucano Sérgio Motta, ministro das Comunicações de FHC, que disse, em 1995, que o PSDB tinha "um projeto de poder para 20 anos". O ex-presidente disse que o PSDB sofre de "fragilidade ideológica" e não tem "perfil ideológico definido".

Dividido, BC eleva juros a taxa menor que a esperada

O Banco Central aumentou ontem pela terceira vez consecutiva a taxa básica de juros (Selic), que passou de 11,75% para 12% ao ano.
A alta ficou abaixo da expectativa de parte do mercado financeiro, que apostava em um aumento de 0,5 ponto percentual. Ontem, no entanto, alguns analistas já tinham revisado suas projeções para uma alta de 0,25 ponto. De acordo com essas previsões, um novo aumento idêntico deverá ser anunciado na próxima reunião, que ocorre em junho. A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) não foi unânime. Cinco diretores votaram em favor da alta de 0,25 ponto percentual e outros dois pelo aumento de 0,5 ponto. O grupo não se dividia desde março de 2010.

Governo Dilma reserva mais verba a Estados aliados

Três governadores próximos à presidente Dilma Rousseff são os campeões até agora de verbas reservadas pela União para obras e programas sociais. Levantamento da Folha mostra que o Planalto empenhou (ou seja, reservou para repasses futuros) 56% dos recursos definidos desde janeiro para Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro. Os Estados, comandados por aliados fiéis da presidente, já tiveram empenhados R$ 401,2 milhões. O valor supera a soma de todos os empenhos feitos para os outros 23 Estados e o Distrito Federal no mesmo período - R$ 311,9 milhões.
Embora acene publicamente a setores da oposição, Dilma direcionou R$ 32,3 milhões aos dois Estados mais populosos do país, Minas Gerais e São Paulo, que são governados pelo PSDB.

TV Brasil diz que ataque a Aécio foi obra de hackers

A TV Brasil negou a autoria da crítica ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) publicada em seu Twitter e informou que abrirá sindicância para apurar o caso. Anteontem, o microblog da emissora disse que o senador mentiu ao dizer que a carteira estava vencida, em blitz policial no Rio. "A sua habilitação para dirigir foi renovada em 31/05/ 2010." Minutos depois, o texto foi apagado do canal mantido pelo departamento de jornalismo da emissora. "A TV Brasil pede desculpas pela recente mensagem enviada sobre assunto que não nos diz respeito", informou a TV, em nota.
A presidente da TV Brasil, Tereza Cruvinel, disse que uma sindicância foi aberta para descobrir a origem da "mensagem pirata".

Promotora é presa pela PF sob acusação de simular insanidade

A promotora de Justiça do Distrito Federal Deborah Guerner foi presa ontem pela Polícia Federal, em Brasília, sob a acusação, entre outras, de ter tomado aulas para simular problemas mentais. O propósito seria o de atrapalhar as investigações enfrentadas por ela desde 2009 pela suspeita de envolvimento com o mensalão do DEM, o esquema de pagamento de propina que envolve o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. O marido da promotora, o empresário Jorge Guerner, também foi preso. Anteontem, Deborah foi alvo de uma nova denúncia à Justiça, de acordo com o Ministério Público Federal. Segundo procuradores que atuam no caso, ela, o marido e dois médicos de São Paulo tentavam forjar quadro de insanidade mental do casal, o que configuraria, em tese, fraude processual.

Polícia Civil apreende R$ 500 mil na casa do ex-artilheiro Robgol

O ex-deputado estadual e ex-jogador de futebol José Róbson do Nascimento (PTB), o Robgol, é suspeito de participar de um suposto esquema de fraudes na folha de pagamento da Assembleia Legislativa do Pará. Segundo a Promotoria, o esquema empregava pelo menos 14 funcionários fantasmas na Assembleia -moradores da região metropolitana de Belém, que nunca entraram no local, tinham salários de até R$ 16 mil.
Na casa do ex-jogador -que atuou por clubes como Santos e Bahia-, a Polícia Civil e o Ministério Público apreenderam anteontem cerca de R$ 500 mil em espécie e o equivalente a R$ 40 mil em tíquetes de alimentação.

O Globo

Juros sobem mais uma vez; inflação, também

Na terceira reunião seguida deste ano, o Comitê de Política Monetária(Copom) do Banco Central subiu os juros. Num encontro bem mais longo do que o habitual, por cinco votos a favor e apenas dois contra, os diretores do BC decidiram elevar a taxa em 0,25 ponto percentual, para 12% ao ano. Segundo uma fonte da equipe econômica, a decisão foi um claro sinal de que o BC está mirando o centro da meta da inflação em 2012, já admitindo que, para este ano, o custo de vida vai mesmo encostar no teto, ou seja, em 6,5%. Dessa forma, o Copom teria dotado uma estratégia de subir juros de maneira prolongada, moderada e persistente. Sendo assim, não haveria necessidade da alta de 0,75 ponto agora, o que só aumentaria as despesas com encargos da dívida. Ontem, o IBGE divulgou que a prévia do índice oficial de inflação (IPCA-15) ficou em 0,77%, em abril, muito influenciado por combustíveis. Em 12 meses, a alta é de 6,44%.

Minha Casa para baixa renda ameaça ruir

Depois de ser inaugurado com pompa e circunstância, em fevereiro de 2010, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que àquela altura já era a candidata extraoficial à Presidência da República, o conjunto de casas do Programa Minha Casa Minha Vida em Governador Valadares, Minas Gerais, transformou-se em síntese do descaso e do desperdício de dinheiro público. O condomínio de 96 casas ficou quase sete meses com mais da metade das habitações desocupadas, apesar da numerosa lista de candidatos a moradores em poder da prefeitura da cidade. Portas e janelas foram arrombadas, paredes acabaram pichadas e a fiação foi roubada.

Depois de uma rápida reforma, as casas restantes acabaram entregues no fim do ano passado. Mas, apesar do alerta recorrente de políticos da região e da imprensa, os problemas só se agravaram: 14 imóveis acabaram condenados pelos bombeiros e pela Defesa Civil, que denunciou o risco de desabamento das casas. O motivo é simples. Na hora de escolher um terreno para o conjunto, o governo federal aceitou que a construção fosse feita num morro instável, que no passado abrigou parte do lixão de Governador Valadares, às margens da BR-116.

Em Belo Horizonte, prefeitura teve de liberar verba extra para viabilizar casas

As casas do programa Minha Casa Minha Vida só foram viabilizadas em Belo Horizonte para famílias com renda de 0 a 3 salários mínimos graças a um aporte extra da prefeitura da capital mineira. A Caixa estipulou o teto de R$46 mil por moradia, valor que as construtoras consideraram insuficiente, pelo custo das habitações na cidade.

- Eles erraram feio no preço, porque hoje em Belo Horizonte está mais caro construir do que no Rio de Janeiro, que recebeu uma subvenção de R$51 mil por moradia - disse André de Souza Lima, vice-presidente do Sindicato da Construção Civil de Minas Gerais.

Lima é diretor da Emccamp Residencial, responsável pela construção de um conjunto de 1,4 mil apartamentos para famílias de 0 a 3 salários na capital mineira. Segundo ele, os primeiros apartamentos começam a ser entregues em 2012, graças ao aporte extra de R$5 mil por apartamento, pagos pela prefeitura.

Até o fim de 2010, só 92 mil casas para famílias mais pobres

Lançado em abril de 2009 para combater o déficit habitacional no Brasil com ampla concessão de subsídios, o programa Minha Casa Minha Vida consumiu, até o fim do ano passado, investimentos de R$53 bilhões, entre desembolsos do Orçamento da União e do FGTS. Mas, até o fim de 2010, só foram entregues, em todo o país, 92.412 residências para a população de zero a três salários mínimos, onde se concentram 90% do déficit habitacional brasileiro.

O GLOBO tentou obter ontem da Caixa os números mais recentes do programa. Porém, à véspera do feriadão, a assessoria da instituição respondeu que seus gestores tinham grande volume de trabalho e não era possível atender a solicitação.

Pelo balanço oficial do fim de 2010, para a população da faixa de zero a três mínimos foram contratadas, até dezembro, 482.462 residências. Esta população é o alvo principal do programa, com prestações consumindo no máximo 10% da renda.

TCU quer lei permanente para fiscalização de obras

Em meio à polêmica sobre o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2012, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Benjamin Zymler, defendeu ontem que seja aprovada uma lei específica e permanente sobre as regras de fiscalização e paralisação de obras com indícios de irregularidades graves. A intenção é retirar esse tema da LDO, que muda todo ano. O presidente do TCU discutiu o assunto com o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), na manhã de ontem, em audiência na Câmara.

- Essa proposta é para que as regras de fiscalização fiquem de forma que o governo e o TCU saibam, a priori, como serão essas regras. Mas é uma proposta, algo para ser debatido. Já há uma maturidade muito grande entre as duas partes para que isso possa ser feito. Seria uma lei permanente e não seria nada revolucionário: seria a incorporação da LDO atual, com alguns ajustamentos, a uma lei ordinária estável. O que a gente queria é uma lei que não tivesse vigência transitória - disse o presidente do TCU.

Aldo defende dar créditos para quem cumpriu lei

Relator do novo texto do Código Florestal, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) defendeu ontem a compensação para agricultores que cumpriram a legislação ambiental que vigorou até 2008, quando a lei foi mudada. Aldo pode incluir esses benefícios, uma sugestão do PV, na sua proposta, que deverá ser votada no plenário da Câmara na primeira semana de maio. O relator anunciou ainda que vai deixar claro na redação do texto que as mudanças no código não implicam flexibilização ou permissão para novos desmatamentos nas propriedades.

Esses pagamentos sugeridos pelo PV por "serviços ambientais" - nome dado às compensações -, envolvem concessão de crédito agrícola com juros menores e limites maiores do que aqueles dados aos desmatadores; isenção de Imposto Territorial Rural sobre as áreas protegidas, conservadas ou em recuperação; e desconto no imposto de renda com gastos para preservar o meio ambiente.

Oposição pede investigação sobre uso do Twitter da TV Brasil contra Aécio

O Bloco Parlamentar de PSDB e DEM da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, liderado pelo deputado tucano Bonifácio Mourão, enviou ontem à Procuradoria Geral da República pedido para que se apure o uso político do perfil da TV Brasil no Twitter contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O motivo da investigação seria um post da empresa estatal colocado no ar na última terça-feira que dizia o seguinte: "Aécio Neves mentiu ao país. A sua habilitação para dirigir foi renovada em 31/05/2010".

Essa informação foi contestada pelo Detran mineiro, que confirmou a versão do senador e esclareceu que, em maio do ano passado, teria sido emitida a segunda via de sua carteira de habilitação, que venceu, de fato, em 15 de março de 2011.

Em nota divulgada ontem, a presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e TV Brasil, Tereza Cruvinel, explicou que o perfil da empresa no Twitter, utilizado exclusivamente para divulgar a programação da emissora pública, teve seu acesso violado e veiculou mensagem ofensiva ao senador Aécio Neves.

Defesa dos direitos humanos 'sem concessões'

No discurso que proferiu durante a formatura de novos diplomatas e em comemoração ao Dia do Diplomata, ontem, no Itamaraty, a presidente Dilma Rousseff reafirmou, com mais ênfase que nas vezes anteriores, que a questão dos direitos humanos está no centro das preocupações da política externa brasileira.

Dilma não citou casos específicos e procurou demonstrar que, ao pôr o tema em destaque, apenas dava continuidade a uma política já adotada no governo de seu antecessor e mentor político, Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, desde que foi diplomada, no fim do ano passado, a presidente tem deixado claro que os direitos humanos não serão deixados em segundo plano em sua gestão.

Em crise, DEM entra em guerra interna

A notícia que o governador Raimundo Colombo, de Santa Catarina, deverá ir para o PSD do prefeito paulista Gilberto Kassab realimentou a disputa interna no DEM. Ex-líder do partido na Câmara, o deputado Ronaldo Caiado (GO) acusou o ex-presidente da legenda Jorge Bornhausen de manter articulações para destruir a sigla e construir o PSD para ser a ponte com o governo do PT. Bornhausen não respondeu ao colega.

Logo cedo Bornhausen foi bombardeado no Twitter por Caiado, que o acusou de sempre "se acomodar à sombra do poder" e agora trabalha para entrar no governo da presidente Dilma Rousseff. "Fracassaram, tentaram covardemente jogar a culpa em outros e saíram....Nós somos o partido da resistência democrática! Que os coveiros fracassados sigam o caminho adesista e de traição. As urnas darão a resposta", disse no Twitter.

Promotora suspeita de extorsão é presa no DF

A Polícia Federal prendeu ontem a promotora Deborah Guerner e o marido dela, o empresário Jorge Guerner, acusados de envolvimento em desvio de dinheiro público durante a gestão do ex-governador José Roberto Arruda, o chamado mensalão do DEM. A prisão preventiva foi decretada pela desembargadora Mônica Sifuentes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, a pedido do procurador regional Ronaldo Albo. O pedido foi motivado por suspeita de que Deborah comprou um atestados de insanidade mental de dois médicos paulistas, para se livrar das acusações.

No Instituto Médico-Legal, onde fez exame de corpo de delito, Deborah gritou com cinegrafistas. Ela é acusada de vazar informações sigilosas da Operação Caixa de Pandora para o ex-secretario de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa, e suspeita de tentar extorquir dinheiro de Arruda

Demais envolvidos soltos

Um ano e dois meses após o chamado mensalão do DEM no Distrito Federal vir à tona, nenhum dos protagonistas do escândalo está preso. Pelo contrário: muitos mostraram a cara na campanha eleitoral de 2010. Cinco deputados distritais mencionados no inquérito da Polícia Federal se reelegeram. Outros sete foram derrotados nas urnas. Todos alegam inocência.

Leonardo Prudente (sem partido), que apareceu em vídeo escondendo dinheiro na meia, renunciou ao mandato de deputado distrital e sumiu da vida pública. Eurides Brito (PMDB), filmada enfiando maços de dinheiro na bolsa, teve o mandato de deputada distrital cassado e também sumiu.

O Estado de S. Paulo

Dilma põe direitos humanos no centro da política externa

A presidente Dilma Rousseff declarou ontem, no primeiro discurso sobre relações internacionais de seu governo, que o tema direitos humanos será promovido, defendido “em todas as instâncias internacionais sem concessões, sem discriminações e sem seletividade". A declaração, dirigida a formandos do Instituto Rio Branco e diplomatas, indica um contraste com tom contemporizador com países violadores dos direitos humanos adotado pelo ex-presidente Lula. Escolhido paraninfo da turma,Lula não compareceu- ele mandou um texto de apenas uma página que foi lido pelo assessor para Assuntos Internacionais do Planalto, Marco Aurélio Garcia. Nele, o ex-presidente louvou as ações do Itamaraty em seu governo e definiu como mera “continuidade” a gestão de Dilma. A presidente enfatizou que quer resultados concretos na política externa. “A palavra será e é sempre: reciprocidade”.

Guerner teve ''lição'' de médicos para forjar transtorno

Deborah Guerner ganhou a fama de promover escândalos quando é abordada sobre o esquema no DF. Alega ter problemas mentais. Foi assim ontem ao ser presa, quando tentou agredir fotógrafos, e numa sessão do Conselho Nacional do Ministério Público. Ano passado, tirou a roupa diante dos policiais.

O pedido de sua prisão foi motivado, entre outras coisas, por vídeo em que, segundo o Ministério Público, ela "aprende" a transparecer problemas mentais. A estratégia serviria para precipitar a aposentadoria por invalidez, sem perda de salário. A montagem envolveria até a recomendação de uso de roupas chamativas, incompatíveis com o cargo, para forjar eventuais distúrbios.

Nas imagens, ela recebe a orientação do psiquiatra Luis Altenfelder Silva Filho, que recebeu R$ 10 mil pelo serviço. Ele atesta que a promotora sofre de transtorno bipolar. Outra médica, Carolina de Melo, teria apontado, em uma consulta, que ela tem "transtorno afetivo bipolar misto".

Cai secretário que pediu ''pau em corrupto''

Apenas três meses após assumir a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal prometendo "baixar o pau nos corruptos", o delegado federal Daniel Lorenz deixou o cargo em meio a queixas sobre uma onda de sabotagens e ingerência política na sua gestão. Segundo auxiliares, saiu magoado com o governador Agnelo Queiroz (PT), que dele teria retirado a carta branca para despartidarizar a ação da polícia e reforçar o caráter técnico do combate aos elevados índices de corrupção da capital do País.

Por meio de nota, Queiroz lamentou a decisão de Lorenz, mas disse que "respeita os motivos pessoais do delegado" e que, embora surpreso, só lhe restou "aceitar o pedido de desligamento". O substituto ainda não foi escolhido.

Discurso no Itamaraty ganha elogios de aliados e na oposição

A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, afirmou que o discurso da presidente Dilma Rousseff de inclusão da defesa dos direitos humanos na política externa brasileira mostrou um aprofundamento do tema dentro do governo.

Petista, ela evitou críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não prezou a questão dos direitos humanos na política externa durante seus dois mandatos, preferindo o pragmatismo das boas relações em busca de bons negócios com nações cujos chefes encontravam-se no poder havia dezenas de anos, quase sempre à base da força e da violência.

Marco Aurélio tem status de secretário executivo

O assessor de Assuntos Internacionais do Planalto, Marco Aurélio Garcia, foi promovido para um cargo "de natureza especial" - com status superior, que o equipara a secretários executivos na hierarquia ministerial. Por acordo com a presidente Dilma Rousseff, passa a ter cinco funcionários, e não três. Com a promoção, Garcia passa a receber R$ 11.431 - reajuste de R$ 300.

Na avaliação de auxiliares de Dilma, foi um pequeno "afago" - que, no entanto, não altera sua perda de prestígio na diplomacia brasileira. Hoje, além do silencio que Dilma tem cobrado dos ministros, o assessor raramente tem acesso ao gabinete presidencial e seu diálogo com o chanceler Antonio Patriota é distante. No governo Lula, Garcia habituou-se a travar polêmicas em defesa da política externa brasileira.

FHC é opção de Serra para dirigir tucanos

A cerca de um mês da eleição para a escolha do presidente nacional do PSDB, aliados do ex-governador José Serra começaram a se movimentar para convencer o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a ocupar o cargo.

A movimentação vai na contramão do que o senador mineiro Aécio Neves tem articulado: a recondução do atual presidente, o deputado Sérgio Guerra (PE). O nome do novo presidente tucano será referendado durante a convenção do partido, que será no fim do mês que vem.

Nos últimos dias, parlamentares ligados a Serra levaram a sugestão a FHC, que resiste à ideia. A ponderação do ex-presidente tem sido basicamente a mesma: com quase 80 anos, não quer mais se envolver nos impasses da política interna partidária.

Correio Braziliense

Promotora presa por forjar doença

Promotora de Justiça acusada de corrupção, extorsão e formação de quadrilha, Deborah Guerner foi presa ontem por tentativa de enganar a Justiça. Ela e o marido, Jorge Guerner, estão na Superintendência da Polícia Federal, no Setor Policial Sul. O casal é suspeito de forjar a doença mental que Deborah alega ter. A insanidade é o principal argumento da defesa da promotora no processo movido pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que pode resultar na expulsão dela e do ex-procurador-geral de Justiça Leonardo Bandarra do serviço público. A intenção de Deborah era conseguir a aposentadoria por invalidez depois de provar incapacidade para o trabalho. No entanto, para atingir tal objetivo, segundo o Ministério Público Federal, Deborah teria cometido os crimes de fraude processual, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Por isso, acabou detida por meio de mandado de prisão preventiva expedido pelo Judiciário.

Arrocho ignorado

A determinação da presidente Dilma Rousseff de cortar despesas com passagens e diárias em até 50% não está sendo cumprida pela grande maioria dos órgãos da administração federal. Das 279 entidades, 173 descumprem a ordem com diárias (62% do total) e 54%, ou 150, passam por cima do pedido no quesito passagens. A partir de dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), o Correio levantou os valores empenhados entre janeiro e março deste ano e os comparou ao mesmo período do ano passado. A gastança não se limita à Esplanada. Institutos de ensino federais, autarquias e estatais aparecem no levantamento sobre o volume reservado nos orçamentos para gasto com diárias e passagens.

O que dizem as entidades

O governo federal alega que a redução do empenho com despesas de passagens e diárias só vale a partir de março, de acordo com a determinação presidencial. O decreto nº 7.446, assinado por Dilma Rousseff em 1º de março, estabelece valores para cada ministério e não fala em percentuais. As entidades sustentam que estão dentro da previsão para o primeiro semestre, sem extrapolar o gasto.

A Agência Nacional de Águas informou que o valor empenhado entre janeiro e março, de R$ 1,34 milhão, refere-se ao total para todo o ano e não somente aos três primeiros meses. A assessoria da ANA reforçou que as despesas efetivas neste período caíram de R$ 255 mil, em 2010, para R$ 224, 6 mil.

Ênfase à continuidade na política externa

Em discurso para a nova turma de diplomatas formados pelo Instituto Rio Branco, a presidente Dilma Rousseff enfatizou ontem a continuidade dos conceitos da política externa brasileira estabelecidos por seu antecessor, Luiz Inácio Lula Silva. Porém, não deixou de valorizar a ênfase nos direitos humanos, vista como ponto de possível diferenciação entre as gestões. Como o ex-presidente, Dilma pontuou a importância da reforma de organismos internacionais, como o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), a necessidade de parcerias entre nações do Hemisfério Sul e a vontade de dar um fim ao protecionismo econômico imposto por países desenvolvidos.

Oradora em Ouro Preto

Dilma Rousseff (PT) desembarca hoje em Minas Gerais para, ao lado do governador Antonio Anastasia (PSDB), ser oradora da cerimônia de entrega da Medalha da Inconfidência em Ouro Preto. Os últimos preparativos para a festa, que este ano ocorre em meio às celebrações da semana santa, movimentaram a cidade. Na Praça Tiradentes, os 13 cadetes da inconfidência ensaiavam os passos para carregar o fogo da liberdade. Coreógrafos e o mestre de cerimônia acompanhavam, enquanto a equipe de segurança trocava orientações para a organização do dia seguinte.

Fusão, só depois das eleições

Uma possível fusão entre PSDB e DEM, caso ocorra, somente será definida depois das eleições municipais de 2012. A avaliação de tucanos e demistas é de que a união das duas legendas agora seria tragada pela popularidade de início de governo da presidente Dilma Rousseff. A fuga de parlamentares do DEM para o PSD reacendeu a discussão sobre a criação de um terceiro partido a partir da junção dos dois maiores oposicionistas. A disposição inicial do governador catarinense, Raimundo Colombo, de permanecer no DEM pelo menos até 2012 deixou as articulações em banho-maria.

Oposição dentro da base

Preocupados com o rolo compressor que o Planalto aponta contra o Congresso, parlamentares de partidos da coalizão governista organizam uma espécie de “margem de oposição” dentro da própria base. Deputados e senadores reclamam que a fragilidade da oposição tem prejudicado até mesmo os aliados nas conversas com o Executivo. Além de o governo ter cortado o canal de interlocução dos parlamentares — mecanismo responsável pelas negociações de recursos regionais para abastecer politicamente as bases eleitorais —, dia após dia o Planalto retira privilégios orçamentários do legislativo.

Trabalho esvaziado

Sem alarde, parlamentares da base se revezam para marcar oposição em votações de projetos de interesse do governo no Congresso. Depois da votação do salário mínimo — quando parte do PDT se insurgiu contra a proposta do Planalto e a presidente Dilma Rousseff enquadrou publicamente o partido, deixando o líder trabalhista da Câmara de fora da reunião com representantes da base —, os insatisfeitos mudaram de estratégia.

Em vez de eleger grupo único para fazer o confronto com o Planalto, os parlamentares ganharam liberdade para se manifestar levando em conta temas de interesse regional. Na votação da medida provisória que autorizava financiamento e criava empresa pública para gerir recursos do Trem de Alta Velocidade que ligará Rio de Janeiro a São Paulo, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), teve que reunir a bancada antes da sessão para evitar debandada.

Fonte: Congressoemfoco