Os quase 1.500 juízes e desembargadores federais do país estão em pé de guerra. Em assembleia realizada no mês passado, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) aprovou uma paralisação geral de 24 horas, marcada para a próxima quarta-feira. A paralisação pode gerar uma greve inédita, por tempo indeterminado, daqui a três meses, se não forem aceitas as suas principais reivindicações. Em entrevista ao JB, o presidente da Ajufe, Gabriel Wedy, explica todos esses pleitos, e cita o jurista e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Paulo Brossard, a propósito das recorrentes ameaças aos juízes federais: “No dia em que o juiz tiver medo de julgar, ninguém mais pode viver tranquilo”.
– Os juízes federais usam a palavra “paralisação” e não “greve” para o protesto do dia 27. Essa paralisação pode ser vista como um indicativo de greve?
Ao fim de três meses, vamos nos reunir para deliberar sobre o futuro do movimento. A greve é possível e não está descartada. Neste dia, aliás, as portas da justiça federal estarão abertas. Vamos atender a todos os casos de urgência, e realizar um debate aberto com a presença dos presidentes dos sindicatos de juízes da Espanha, Portugal e Itália, que trarão experiências de movimentos de protesto de juízes nos seus países – inclusive grevistas – em defesa de segurança, direitos e prerrogativas da magistratura. Acho, contudo, que não será o caso de greve, porque o governo, através do ministro da Justiça, iniciou uma conversa positiva conosco e o Congresso iniciou um diálogo importante com os juízes federais. Se o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, chamar o assunto para si, resolverá a questão em pouco tempo, entabolando um diálogo com os demais poderes, e encerrará a crise. Essa iniciativa do ministro será fundamental. Os juízes federais do país confiam nisto.
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Fonte: JB