domingo, abril 17, 2011

Cavalcanti confirma filiação ao PT na presença de Lula

Lílian Machado

Com bom trânsito no PT baiano e nacional e bastante ligado ao governador Jaques Wagner (PT), a quem ajudou na reeleição ao Palácio de Ondina em 2010, o empresário bilionário João Carlos Cavalcanti, mais conhecido no mundo dos negócios como JC, está próximo a entrar de vez no seio petista, conforme o jornal Tribuna da Bahia já havia antecipado.

Em conversa com a equipe de reportagem ontem, o descobridor de riquezas de minérios no interior da Bahia confirmou que vai se filiar ao Partido dos Trabalhadores.

Com seu ingresso no partido do governador, JC ratifica mais uma vez sua mudança de rumo político, já que antes da campanha, ano passado, havia se unido ao PMDB, onde cogitou uma candidatura a vice-governador ou ao Senado, na chapa encabeçada pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB).

Agora sem filiação, o empresário quer evidenciar a sua aliança com Wagner por quem confessa grande admiração pessoal. Segundo ele, o ato que formalizará seu ingresso no PT contará com a presença do ex-presidente Lula, que assinará a sua ficha de filiação. A data de assinatura será acertada após o retorno do governador da viagem à China.

“Eu e o governador já havíamos conversado sobre isso, desde a época em que eu deixei o PMDB. Diante de nossa ligação e da admiração que tenho pela sua pessoa, pelo seu governo e pelo PT, partido que trabalha pelo povo - não é porque sou empresário que não vou ligar para a classe trabalhadora –, chegou a hora de eu entrar na legenda.

Lá há uma política do bem, do congraçamento e do respeito”, justificou, citando sua aproximação com o presidente do partido, Jonas Paulo, e com o deputado federal Josias Gomes.

O empresário também se diz motivado pela atuação do ex-presidente Lula e pelo trabalho da presidente Dilma Rousseff, de quem teria se aproximado na campanha presidencial. “Tenho admiração por ambos. Eles me seduziram e minha decisão é irreversível”, disse.

Candidatura está descartada - Entretanto, apesar dos encantos pela política, Cavalcanti descarta qualquer tipo de candidatura nos próximos anos. “Não penso em concorrer nas próximas eleições, mas participar das articulações. Meu ingresso no partido é uma questão ideológica.

Gosto do trabalho de democratização do PT e de seu governo que pensa mais nas demandas da população”, frisou. O bilionário aproveitou para criticar o artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que, segundo ele, demonstrou mais uma vez o “caráter elitista da oposição no país. O que eles dizem não condiz com o que eu penso”, frisou.

O empresário, que sempre destacou as semelhanças de perfil com o ex-presidente Lula – “nós dois viemos de baixo”- , derrama elogios à política do PT que um dia também chegou a criticar. “Lá existe mais respeito e mais consciência política”, enfatiza. Sobre a passagem no PMDB, ele minimizou: “Tive uma experiência boa lá, mas no PT é diferente. Não tenho nada contra a Geddel, de quem admiro a capacidade de se jogar nas coisas, mas meu estilo é diferente do dele”, enfatizou.

Empolgado com a abertura do governo estadual para seus projetos de exploração de minérios, ele ressalta as novas descobertas de minérios ao norte de sua terra natal, Caetité, entre os municípios de Tanque Novo e Ibipitanga, e ainda com as pesquisas de “terras raras” em Jequié. “Estou de volta a campo.

Continuo envolvido com as sociedades, com o grupo Votorantim, com Eike Batista, mas meu trabalho maior tem sido na WNR, onde exploro os projetos de mineração”, concluiu, enfatizando a sua defesa em relação a obras do estado, como a do Porto Sul.

Fonte: Tribuna da Bahia