domingo, janeiro 02, 2011

“Habemus Papa”, e Dona Dilma desceu a rampa com Lula, com medo de que ele não fosse embora

Helio Fernandes

Não tem mandato vitalício, como no Vaticano, e nem sabe até quando irá a duração do que está assumindo. Fez questão (um fato inédito), de descer a rampa com Lula, não era consideração, e sim medo de que ele não fosse embora.

Pela Constituição (e temos tantas que podem citar e repetir à vontade), os presidentes têm prazo de validade estipulado. É bem verdade que a República (ou o destino?) devorou tantos presidentes, que temos quase o mesmo número de vices que assumiram como presidentes eleitos. E mesmo os “presidentes”, assumiam sem saber quanto tempo durariam ou resistiriam.

Seu antecessor, inventor e grande eleitor, tem feito afirmações as mais contraditórias. Acredito até que não seja crueldade e sim incerteza. Num momento deixa entrever, “posso voltar, se houver dificuldade”. No outro, para o mundo para retumbar: “A Dilma só não fica 8 anos se não quiser, esse, hoje, é um direito dos presidentes”.

Ninguém acredita em Lula, principalmente em matéria de sucessão. “Nunca na História deste país, alguém teve tanta dúvida sobre seu próprio futuro presidencial”, quanto Lula.

Está bem, passou o mandato, isso estava no roteiro que ele mesmo escreveu. Os bem informados, sabem que Lula tentou de todas as maneiras o terceiro mandato, não conseguiu.

E só não conquistou o terceiro, era um lugar comum: se conseguir esse imaginário “terceiro”, não sai nunca mais. Ninguém esqueceu a alegria, a satisfação e o deslumbramento depois da visita ao Gabão.

Só se lembrou de uma coisa que recitava para todos, íntimos ou não: “Puxa, ele está há 32 anos no Poder”.

***

PS – O discurso de Dona Dilma não teve nenhuma importância, não há uma frase que fique batendo agradavelmente no ouvido de tantos, nem mesmo dos 55 milhões que votaram nela. Iam votar em quem, se o “adversário” se chamava José Serra?

PS2 – E Dona Dilma está farta de saber que não garantirá a permanência no Poder, por quatro anos, oito, ou mesmo até 2014, com palavras. Tem que FAZER. Mas não mostrou nada na campanha, nem no discurso VAZIO de ontem.